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A sala de aula como espaço de hospitalidade

21/02/2019
Educação
Larisa Bandeira, coordenadora pedagógica dos Anos Finais e Ensino Médio, fala sobre o acolhimento em tempos de imediatismo e polarização de discursos.

​​Em tempos de imediatismo e de polarização de discursos, se faz necessário proporcionar, com mais intensidade, espaços de acolhimento, escuta e hospitalidade para os jovens. O acolhimento determina o receber, trata de responsabilizar-se pelo Outro. A hospitalidade descreve-se como o acolhimento daquele que é diferente de mim. Ao nos responsabilizarmos pelo Outro, aceitamos suas limitações, suas possibilidades e a sua diferença. ​O acolhimento, a escuta e a hospitalidade requerem atenção, cuidado e compromisso. Ao nos responsabilizarmos pelo outro instauramos uma ética com a qual respondemos às urgências que afligem o nosso tempo e que deve ser compartilhada entre todos os que convivem no espaço escolar, para que todos sintam-se parte, percebam que têm voz e que são ouvidos em seus conflitos e necessidades. As avaliações, o desempenho acadêmico, a participação, tudo que pode ser mensurado e quantificado sobre a vida dos que compartilham o espaço da sala de aula, parece se distanciar do que se entende por acolhida, escuta e hospitalidade, porém não são demandas incompatíveis com o que queremos oferecer aos nossos estudantes e educadores. Conforme as Matrizes Curriculares da Educação Marista é preciso pensar na avaliação como prática que se situa na ação e na formação dos sujeitos e esta deve expressar as intencionalidades que sustentam as decisões pedagógicas. A avaliação deve ser formativa, processual e contínua, e deve visar além de um desempenho acadêmico qualificado, a formação de um sujeito integral, que expresse suas aprendizagens e produza novos saberes. A escuta e o acolhimento dos estudantes nos fazem repensar as práticas da avaliação, permitindo-nos analisar o processo de aprendizagem, assim como os impactos que os planejamentos do trabalho por área do conhecimento estão refletindo diretamente nas ações de sala de aula.

Por Larisa Bandeira, 
Coordenadora Pedagógica dos Anos Finais e Ensino Médio e Doutora em Educação pela UFRGS ​