A escuta é um dos conceitos que movem a prática pedagógica na Educação Infantil Marista. E quando falamos que ela move, é no sentido de movimento, de ação, de impulso e continuidade. Sem a escuta, a aprendizagem significativa não acontece.
Ao encontrarem a sala de aula diferente, em razão dos protocolos vigentes do Colégio, as crianças da turma N2B passaram a desenvolver as suas estratégias de interação. “Profe, adivinha o que eu fiz?!" era a frase mais ouvida nos momentos em que as crianças pegavam a sua prancheta e sua massinha de modelar para brincar. Essa passou a ser a brincadeira mais brincada durante as tardes.
Ao ouvir esse movimento das crianças, novos elementos foram propostos à elas, com a intencionalidade de potencializar essa brincadeira, as interações e as aprendizagens. As "adivinhas" passaram a ser exploradas por categorias, como comida, o fundo no mar, animais, esportes, coisas que voam, e ganharam a variação da massinha de modelar para o desenho com caneta posca na própria prancheta, e que era apagado com álcool. Teve também "adivinha" de música, de mímica e até um jogo de adivinhar quem é o colega.
Com esse movimento de escuta, foi possível perceber que as crianças sentiam a necessidade de inventar coisas em suas criações.
“É um tigre, só que ele é diferente. É um tigre robô." Vicente, 5 anos.
“É um robô matador de zumbis." Murilo, 5 anos.
E assim, a categoria robô passou a fazer parte dos jogos de adivinha, dando a eles a possibilidade de criar, inventar, imaginar. Com a continuidade do interesse nos robôs, bem como a presença do assunto nas brincadeiras e falas das crianças, ou seja, em mais um movimento de escutar as crianças: por quê não construir um robô?!
“O meu robô vai ser metal e com pintura de fogo com tinta amarela e vermelha porque combina né. Ele vai ser um robô matador de zumbi. Um braço dele vai sair fogo. O nome dele vai ser Robô de Fogo Murilo porque eu acho que é bem legal esse nome." Murilo, 5 anos.
As etapas seguintes foram o desenho dos robôs e um manual de instruções da montagem. As crianças desenharam as peças que iriam precisar e numeraram de acordo com a ordem a ser seguida, para então irem para a montagem na prática.
Com a participação do professor do Ensino Médio, Ruan, eles foram para o Espaço Maker ampliarem seus repertórios sobre a robótica, e claro, para partilharem também seus conhecimentos.
Através dessa experiência, as crianças puderam colocar seus projetos em prática dentro das possibilidades que elas tinham. Desenvolveram estratégias complexas para chegar ao resultado esperado, inclusive tomando novos caminhos e desviando do projeto inicial. Ao se depararem com as peças e possibilidades que os materiais ofereciam, precisaram testar, comparar, montar, desmontar, montar novamente de outro jeito, repensar estratégias, pedir ajuda, observar as estratégias dos outros e resolver problemas, e tudo isso brincando.