Nossa missão educativa preconiza que: “onde quer que estejamos, comprometemo-nos a construir comunidade entre todos aqueles que participam das nossas instituições e atividades, os que trabalham conosco, as crianças e os jovens sob a nossa responsabilidade e as suas famílias. Uma acolhida calorosa, aceitação e sentido de pertença devem prevalecer” (Missão Educativa Marista, 2003, p. 51). É com esse intuito que compartilhamos um texto, de autoria da Coordenadora Pedagógica da Educação Infantil, Graziela Casagranda, que busca retratar como esse princípio de pertença se revela no nosso cotidiano:
A boniteza de uma relação
Tenho pensado muito sobre o que há de mais belo nas relações estabelecidas entre família e escola nesses tempos de pandemia e creio que a boniteza existe:
Na criança que pede para a mãe contar para a professora que não usa mais fraldas ou que deixou a chupeta; Na criança que pede para a professora deixá-la voltar para o colégio porque ainda não consegue compreender totalmente os motivos do afastamento;
Na família que diz que precisa passar na frente do colégio e mostrar que ele está fechado para a criança se convencer de que não pode ir à aula e mudar de assunto; Na professora que passa horas gravando vídeos amadores, pesquisando, planejando, enviando e-mail com tanto amor e carinho, buscando o seu melhor para oferecer às crianças;
No pai que pede um cancelamento de matrícula e pede desculpas, afirmando que assim que as condições forem favoráveis irá retornar ao colégio; Na mãe que afirma que continuará pagando o colégio pelo tempo que for porque se sente comprometida com a instituição que estudou a vida inteira e agora escolheu para ser a escola da sua filha;
Na mãe que marca no calendário do celular o dia da live para o filho não perder o dia e a hora de ver a professora e os colegas de turma; Na família que frequentou apenas 20 dias de aula e afirma já sentir-se parte da comunidade educativa, confirmando sua adesão à proposta pedagógica;
Na foto compartilhada como registro de uma atividade e na bagunça deixada na casa como marca de uma vivência significativa; Na lembrança do aniversário e nos parabéns que chega em forma de vídeo ou durante uma live; No exercício contínuo de escuta, reflexão e planejamento exercido por uma equipe comprometida com as crianças e a infância;
No telefonema realizado para a escuta das necessidades, dificuldades e anseios de diferentes núcleos familiares; Na brincadeira ou no jogo que envolve toda a família; No riso compartilhado, no colo dos pais, na história da professora, no cabelo maluco e na festa do pijama;
Há tanta beleza no compartilhamento de vida! Na vivência conjunta de dores e delícias, de incertezas e aprendizagens, de sonho e realidade... A boniteza não está na prestação de serviços, na ocupação do tempo infantil ou no espaço físico da escola. A beleza está na RELAÇÃO!
(Graziela Z. O. Casagranda)