A pedagogia de projetos é uma possibilidade interessante em termos de organização pedagógica porque, ente outros fatores, comtempla uma visão multidisciplinar dos conhecimentos e das informações. No jeito marista de educar, todo projeto é um processo criativo para os estudantes e para professores, possibilitando o estabelecimento de relações entre ensino e aprendizagem, que certamente não passa por superposição de atividades.
Um exemplo de composição de projetos por meio da ação proativa do interesse do estudante é o desenvolvido pela turma 102 da Educação Infantil, Os achados da Arte Rupestre. Segundo a educadora da turma, Andresa Silva, após observações, conversas e o interesse que os estudantes demonstram pelo desenho, percebeu-se que abordar a temática arte no projeto de estudo seria de grande relevância. “Considerando que a arte rupestre apresenta dados históricos sobre o desenvolvimento humano, bem como seus traços possuem grandes significados para o mundo das artes, uma vez que esta primeira maneira de registrar a vida cotidiana de nossos ancestrais e mostra conhecimento de como era a vida cotidiana desses sujeitos.", completa a educadora. Além disso, a arte é expressão e considerando a faixa etária do grupo é de extrema importância para o seu desenvolvimento, uma vez que o ato de desenhar é também a exposição de seus pensamentos.
Para as crianças, o olhar perante ao mundo no qual pertencem, bem como a ampliação de repertório cultural de conhecimento, outro aspecto importante são as experiências na qual essa temática proporcionará, a confecção de tintas a partir de elementos encontrados na natureza, outras materialidades para exploração, distanciando-se do papel e lápis, recorrendo a outras possibilidades.
Espaço artístico: vida ao projeto!
Ao organizar o espaço artístico com imagens, argila, diferentes texturas de papéis, os estudantes foram instigados a refletir sobre a temática, durante a exploração foi possível perceber o interesse gerado pelos estudantes, que abordaram as seguintes questões: “- Eles não iam à escola por isso não sabiam escrever"- Melissa, “Eles não sabiam escrever, por isso não escreviam!"- Vicente, “O que aconteceu na imagem?"- Manuella Helena. Neste espaço, os estudantes realizaram registros a partir da observação de duas imagens que retratam o cotidiano daquela época. Cabe destacar que os registros, traços e formas característicos da arte rupestre, são semelhantes aos registros que estudantes desta faixa etária apresentam: tronco do corpo pequeno, pernas e braços longos, representação de animais somente de perfil, entre outros aspectos. “Por conta disso, a temática desenvolvida busca potencializar a criatividade, a experiência, de como os sujeitos vividos naquela época realizavam os primeiros registros gráficos, explorando o uso de imagens como representação.", completa a Educadora.