Navegar para Cima

Notícias

Educação Infantil na cadência do universo sonoro

20/12/2018
Nosso jeito de educar
Por meio da música, a criança se apropria de valores, significações e símbolos.

​​Quando se fala em experiências com música em sala de aula, na Educação Básica, a primeira imagem que costuma surgir em nosso pensamento é a de um grupo de crianças repetindo as ações do educador, ou seja, apenas reproduzindo o que lhe é mostrado. Essa noção de doutrinamento musical que se impõe como referência predominante, no entanto, precisa ser transformada, pois o conhecimento do universo sonoro enriquece o repertório cultural dos estudantes quando bem afinado com o processo de ensino e aprendizagem.

Sabemos que os sons, as melodias, as cantigas e até mesmo o silêncio geram diferentes percepções e possibilitam um mundo de descobertas. Por meio da música e das variadas sonoridades presentes no cotidiano, a criança se apropria de valores, significações e símbolos que fazem parte de seu contexto social e de sua cultura. Nesse sentido, a prática musical desenvolvida na escola deve ir além das tradicionais repetições de sons e acordes, com atividades que promovam a expressão individual e coletiva, a escuta e a autonomia.

Aprendizagem por meio de sons, ruídos e músicas

​No Marista João Paulo II, a educação musical perpassa pela dimensão do brincar, do experimentar sonoridades, do investir no corpo pelas vivências musicais, do apreciar diferentes repertórios e ritmos, do expressar-se de forma pessoal e singular, do conviver com diferentes manifestações artísticas e culturais, tudo de forma a contribuir significativamente com a construção das linguagens que se dão de forma lúdica e sensorial. As aulas de música ocorrem em caráter semanal e promovem experiências diversificadas às crianças exercitando a autoria, a escuta, o conhecimento de si mesmas, a apreciação artística, favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade e também da criatividade.

De acordo com José Maurício Sant'Anna Menezes, professor de Música da Educação Infantil, “o envolvimento dos estudantes com a música é tão prazeroso que se estende às suas casas e volta em forma de feedbacks trazidos por suas famílias. Gravações de áudio e vídeo nos chegam com o exercício da linguagem musical nos outros ambientes para além dos escolares." Ele ressalta, ainda, os estudos da Neurociência, que apontam o exercício da música como um potente desenvolvedor de cognição. “No exercício da música de sete a nove áreas do cérebro são ativadas, entre os hemisférios e os lóbulos cerebrais, envolvendo assim todo o cérebro. Participar do mundo dos instrumentos e do cantar é de grande importância para o desenvolvimento humano. Como diria a neuropsicóloga e antropóloga da música, Elvira Souza Lima 'Há evidências de que a apropriação da sintaxe musical tem impacto positivo na sintaxe linguística e em outras áreas da cognição'".

O envolvimento prazeroso que os estudantes têm com a música contribuem para ampliar o desenvolvimento pessoal e coletivo. Sigamos em música e com música.