Para estudantes e educadores do Colégio Marista Rosário, já são quase 200 dias de distanciamento social desde que a pandemia do novo Coronavírus apresentou números significativos de casos no Brasil e no Estado do Rio Grande do Sul. Durante este período, algumas sensações como a falta de controle frente às incertezas e sentimentos como tristeza, irritabilidade, ansiedade e medo tornam-se mais frequentes no dia a dia da população. Mas, em meio a esse turbilhão de sensações e sentimentos, um poderoso recurso pode amenizar esses fatores negativos, agindo de forma terapêutica e auxiliando nas mudanças comportamentais, como uma espécie de “antídoto” em meio à tantas informações e ansiedades: a música.
Agora você deve estar se perguntando: será mesmo que a música tem tanto poder sob nossos sentimentos? A resposta é sim! Segundo a neurociência, alguns neurotransmissores como Ácido Gama-aminobutírico-Gaba (que relaxa e acalma) e a Dopamina (que estimula a motivação e promove a sensação de prazer) passam a ser mais produzidos por meio de diversos estilos musicais, promovendo assim o equilíbrio entre o estado fisiológico e emocional.
Para o professor de música Estevão Grazeli, a música, de uma forma geral, tem a capacidade de envolver e aproximar as pessoas, sejam elas conhecidas ou desconhecidas. “Nos shows, pessoas que não se conhecem unem-se para cantar em um mesmo coro, sem se importar com afinação, mas somente em viver aquele momento juntas. Essa energia que sentimos, mas não vemos, é o que faz da música uma ferramenta fundamental durante este período de pandemia. As lives, comumente realizadas agora, unem as pessoas mesmo na distância, trazendo muitas vezes um afago para momentos tão difíceis”, afirma.
Mas não somente os shows foram adaptados à nova realidade enfrentada. As aulas de música do Colégio, que no ensino presencial eram recheadas de instrumentos partilhados, rodas de musicalização e brincadeiras em grupos, passaram a ser ministradas online, pela plataforma Microsoft Teams.
O professor de música Claudio Ruiz explica que apesar da preocupação inicial, a adaptação ao novo modelo veio mais rápido do que ele imaginava, possibilitando a utilização de recursos específicos, como aplicativos e musicogramas, que auxiliam nas atividades rítmicas, jogos musicais online, entre outros meios que tornaram as aulas ainda mais dinâmicas e participativas. Ruiz avalia que “a música tem sido uma ferramenta acima de tudo necessária, tanto para estudantes, quanto para familiares e professores. Ela está presente em momentos de diversão em família, nas aulas temáticas planejadas e até mesmo nos momentos de relaxamento propostos.” Podemos dizer que música está longe de ser somente entretenimento, ela faz parte da construção humana, da aprendizagem diária e da rotina das pessoas.
Para o professor de música Marcos Vinícius dos Santos, a música tem um papel fundamental no que diz respeito à integração, à socialização e ao desenvolvimento dos estudantes. Para que essa adaptação do presencial para o online se tornasse possível e significativa, foi necessário adotar novas metodologias e recursos. “A importância da música no desenvolvimento e no bem-estar das crianças é inegável, elas expressam facilmente suas emoções por meio de canções ou até mesmo tocando um instrumento musical, ampliando o seu desenvolvimento cognitivo.”, conclui.
Seja em lives, na proposta de um currículo escolar, no churrasco de domingo ou no luau na praia, ela está lá, tendo seu papel de protagonista. Pode ser terapêutica, aflorar muitas emoções e bons sentimentos, relembrar pessoas e bons momentos. E você, já parou para refletir sobre a importância da música na sua vida?