A vivência do processo pedagógico da Educação Infantil para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental constitui um marco no desenvolvimento cognitivo, social e físico da criança. É o momento de mergulhar em novas metodologias e conteúdos, a ser desafiado a dominar o alfabeto, a leitura e o início do processo da escrita. Essas dinâmicas do letramento são iniciadas já na Educação Infantil, mas é no 1º ano que esses aprendizados são lapidados e o desenvolvimento dessas competências intensificado. “A alfabetização constitui uma das principais habilidades cognitivas da história de formação de um indivíduo, habilidade que vai abrir caminhos para a apropriação, com mais autonomia e protagonismo, de outros conhecimentos, determinando o percurso da vida profissional e pessoal daqueles sujeitos”, destaca a coordenadora pedagógica, Clarissa Cáceres. É por isso que este processo deve ser planejado e acompanhado com todo cuidado, associando metodologias que promovam o letramento, mas que ao mesmo tempo tenham a sensibilidade de trabalhar o processo de transição acadêmica e emocional da criança em formação.
Nesse sentido, as estratégias lúdicas podem ser assertivas pontes pedagógicas para inserir o estudante em um novo nível de conhecimentos, de forma leve e afetiva, despertando para o prazer de aprender e construindo memórias felizes, tão importantes quando o objetivo do processo educativo é a formação integral. “A ludicidade torna estes atravessamentos pedagógicos – de passagem da primeira infância para o início da dinâmica concreta da alfabetização – melhores acolhidos pelo estudante, o que contribui também para o seu desempenho escolar”, reforça Clarissa. A educadora ressalta que o conceito de ludicidade é um pilar da Base Nacional Comum Curricular e das Diretrizes Curriculares Maristas, documentos que apontam, entre os objetivos centrais dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, a progressão das múltiplas aprendizagens, articulando as propostas pedagógicas com as experiências anteriores e valorizando as situações lúdicas. Entre as práticas realizadas neste sentido no Colégio, está o projeto do Srº Alfabeto, detalhado a seguir.
O projeto do Srº Alfabeto
Com base neste referencial pedagógico, desde 2018, os estudantes do 1º ano contam com a ajuda de um querido amigo no aprendizado das 26 letras que compõem a base das palavras na Língua Portuguesa, o Srº Alfabeto, apelidado carinhosamente de "Beto". O personagem já ganhou forma e foi materializado em um boneco (foto a seguir) que acompanha, de forma lúdica e divertida, as crianças em suas descobertas e aprendizados nesta fase da vida escolar. “Nosso objetivo foi criar uma história com a qual os estudantes se identificassem e que, explorando o universo da imaginação e da fantasia, tornasse a apropriação do alfabeto mais leve, feliz e significativa”, conta a professora Denise Viero. Para isso, além de características físicas do personagem, também foi criada a trajetória de formação do Beto, sua personalidade e como chegou ao Colégio, ele que também é estudante do 1º ano. “O querido Beto se tornou uma espécie de anfitrião que acolhe e dá as boas-vindas às crianças neste início de jornada de formação no Ensino Fundamental”, observa Denise.
Outra atividade realizada nos primeiros anos - 2018 e 2019 - de inserção do personagem na dinâmica da alfabetização foi a escolha de presentes para o Beto, presentes que os estudantes criaram a partir das letras do alfabeto e que foram entregues no aniversário fictício do personagem, celebrado no final de cada ano letivo, junto com as famílias, estudantes e educadores. Nessa vivência, os estudantes ganham também um álbum de figurinhas do Srº Alfabeto para exercitarem seus aprendizados. “Trabalhamos cada letra a partir dos presentes recebidos. Também é realizada a visitação do Beto nas casas dos estudantes, após a visita, cada estudante compartilha como foi essa vivência na sua moradia, através de registros fotográficos, desenhos e escritas”, explica a professora Lara Marasca.
Nos anos mais recentes do projeto, 2020-2021, em virtude da pandemia, tais práticas presenciais não puderam ser realizadas, mas a ideia foi adaptada, ressignificando a proposta. A educadora Caroline Drebes conta que a figura do Beto foi central nas práticas do ensino remoto, inserida nos diálogos das lives e no material gráfico e didático exibido aos estudantes, por exemplo. “Interessante destacar também que no cenário da aula transmitida de forma on-line por cada educadora, o totem com a figura do Beto estava sempre presente”, lembra. Dessa forma, o personagem é protagonista das aulas há cerca de três anos, e vivencia, junto com os estudantes, as reconfigurações do ensino, ocasionadas pelas dinâmicas contextuais e sociais, constituindo um importante aliado na qualidade da aprendizagem, mesmo com tantos desafios.
Nos passos do 1º ano
Além das metodologias lúdicas exploradas para inserir os estudantes no universo das letras, da leitura e da escrita, outro pilar do ensino no Colégio, é a conexão pedagógica entre os níveis de ensino, estabelecida de forma dialógica e continuada. Essa é uma prática que potencializa o desenvolvimento integral do estudante, com a complementação de saberes de forma progressiva e didaticamente planejada. Por isso, acreditamos na importância das vivências integradas, em uma proposta pedagógica alinhada desde a Educação Infantil ao Ensino Médio, com estratégias específicas nos momentos de transição, como no ingresso dos estudantes do Nível 3 para o 1º ano do Ensino Fundamental.
Nessa conjuntura, desenvolvemos uma sequência de práticas que buscam apresentar às crianças, as rotinas de estudo e contextos do primeiro ciclo dos Anos Iniciais, aproximando esses dois eixos educacionais para que o processo de transição seja espontâneo e bem acolhido pelos estudantes em relação a tempos, espaços, materiais, novos agrupamentos e mudanças no processo avaliativo e corpo docente. Para exemplificar essas ações, a orientadora educacional do Colégio, Janaína de Quadros, destaca que “entre as práticas, podemos mencionar as aulas nas salas dos primeiros anos do ensino fundamental vivenciadas pelas crianças do Nível 3, a visita aos estudantes e professores dessas turmas, tarefas personalizadas enviadas para casa...”. Além disso, Janaína cita a entrega, no encerramento das aulas na Educação Infantil, do Meu primeiro caderno, junto com um marca-página, material produzido de forma personalizada para os estudantes do Nível 3 e entregue como um afetivo convite para o seu ingresso nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
Tais estratégias contribuem para os avanços na aprendizagem, no desenvolvimento contínuo de habilidades da criança, além de possibilitarem aos professores uma aproximação com os estudantes e suas individualidades, e aos pais uma maior compreensão sobre as mudanças que os filhos terão no plano físico, afetivo e social.
Gostou de conhecer um pouco mais sobre as práticas realizadas em nosso Colégio? Saiba mais sobre os nossos diferenciais, acessando aqui.