Neste Dia Internacional da Mulher, nossas estudantes, educandas, colaboradoras e leigas falam sobre sonhos, projetos de vida e educação. Nós, enquanto maristas, também acreditamos que a educação é uma forma de oportunizar um futuro mais digno e justo para as mulheres. Para celebrar a data, convidamos a profª Meª Paula Bianco para compartilhar um artigo sobre “O que o Dia das Mulheres pode nos ensinar sobre a história?". Leia abaixo o texto preparado.
Um olhar para o Dia da Mulher
Por Paula Bianco,
A escolha do dia 08 de março para celebrar o Dia Internacional da Mulher foi oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975. Porém, os motivos pelos quais nos levam à importância dessa data conduzem a um período mais remoto e não há unanimidade sobre o tema. Alguns historiadores apontam para um incêndio em uma fábrica ocorrido em 1911, em Nova Iorque, que vitimou 146 pessoas, sendo 125 mulheres. Outros, creditam, no ano de 1917, na Rússia, no contexto em que se derrubou a monarquia czarista, às trabalhadoras do setor de tecelagem que entraram em greve e reivindicaram a ajuda dos operários do setor de metalurgia por melhores condições. E, ainda, se procurarmos com atenção, encontraremos, pelo menos, mais duas ou três versões a respeito.
De todo modo, em comum, tais movimentos evidenciaram a precariedade das condições de trabalho no contexto da Segunda Revolução Industrial e busca por melhorias. Ainda assim, também precisamos entender que: o Dia Internacional da Mulher não foi criado, necessariamente, por influência de uma ou outra tragédia, mas elas são nossas referências para entendermos o engajamento de mulheres que se seguiu, ao longo dos anos, desde então. Foi após a Segunda Guerra Mundial, que o dia 08 de março começou a se tornar o símbolo principal de homenagens às mulheres, ora retomando o que ocorrera em 1911 ou em 1917. Mas, conforme já citado, décadas mais tarde é que teríamos o reconhecimento oficial desta data.
O Dia Internacional da Mulher é um convite à reflexão sobre a forma como a nossa sociedade as trata. Seja no campo do convívio familiar, afetivo, social e, obviamente, também em relação ao ramo profissional. A pauta é antiga: as mulheres sofrem com a desigualdade no mercado de trabalho quando comparadas aos homens. Seja por ganharem menos, ainda que tenham as mesmas funções, seja pelo exercício da maternidade, ou, ainda, por qualquer outro motivo, as estatísticas demonstram como o preconceito de gênero prejudica as mulheres no âmbito do trabalho.
Hoje não devemos mais apenas retomar o conceito histórico sobre o dia 8 de março. Novos tempos exigem novos posicionamentos: é preciso lutar pelo “não-silenciamento" de uma causa. Não podemos mais normalizar a desigualdade de gênero. É dever da sociedade vivenciar as causas de “08 de março" todos os dias, em nossas falas, atitudes e posicionamentos. Ainda que, ao longo da História, a sociedade tenha colocado a mulher em desvantagem, a humanidade chegou até aqui graças à resistência de todas as mulheres que nos precederam, que venceram adversidade e tiveram a coragem de levantar sua voz quando foram caladas.
Por fim, é preciso eternizar o que Maya Angelou (primeira motorista de ônibus em São Francisco. Mulher, negra e mãe solteira em plena década de 1950, foi, ainda, a roteirista e diretora em Hollywood.) registrou com suas palavras sobre a força feminina: “Toda vez que uma mulher se defende, sem nem perceber que isso é possível, sem qualquer pretensão, ela defende todas as mulheres".
Exposição
Para marcar a passagem da data, a Equipe de Relacionamento Interno (ERI) preparou uma ação inspirada na história de cada uma das mulheres educadoras do Marista Assunção. Com o objetivo de montar uma exposição com o rosto de cada uma das mulheres de nosso Colégio, a equipe coletou o depoimento das educadoras, a partir da reflexão “O que é ser mulher?". A exposição foi organizada na sala dos professores e pode ser conferida clicando aqui.