Educação (s.f.):
Processo que visa ao desenvolvimento físico, intelectual e moral do ser humano, através da aplicação de métodos próprios, com o intuito de assegurar-lhe a integração social e a formação da cidadania.
É com o significado desta palavra tão importante que iniciamos a terceira parte do projeto Em Família. Após apresentarmos os temas A aprendizagem em tempos de pandemia e As emoções em tempo de pandemia, agora contemplando o Dia do Educador, 15 de outubro, o assunto deste mês é (Ser) Educador em tempos de pandemia. A abordagem do conteúdo se deu pelo olhar de quem faz parte dessa história: educadores e estudantes.
Nesta edição do projeto, para abordar a temática educação, convidamos a Ana Luiza Marioto, professora de Língua Portuguesa do Colégio Marista Santo Antônio e especialista em Gestão Escolar; o Leonardo Agostini, Filósofo, professor da Escola de Humanidades da PUCRS; o Ir. Jader Henz diretor, do Colégio Marista São Francisco e Mestre em Educação; a Renata Medina, mãe do Colégio Marista Champagnat e professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS; a Sofia Branco, estudante do Ensino Médio do Colégio Marista Maria Imaculada.
Assista ao vídeo abaixo:
Educação
O acesso à educação proporciona muitas possibilidades, mas para que isso aconteça é necessário o envolvimento de indivíduos para aprender e ensinar, podendo os sujeitos estarem em ambas posições simultaneamente. Para o Irmão Jader Henz, diretor do Colégio Marista São Francisco, a educação se constrói na relação entre família e escola. “O professor é um importante intermediário nesse processo. É perto dele que os estudantes, as famílias mais estão”, comenta. Renata Medina, concorda. “Os professores são, junto à família, sempre, formadores de futuros cidadãos”, afirma a professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS.
Envolvendo o estudante, a família e os educadores, pode-se dizer que o vínculo é um fator fundamental para a efetivação do ensino. Para Renata, é necessário que o indivíduo educando esteja engajado, pois sem esse engate emocional a efetivação da aprendizagem é pouco significativa. Para Ana Luíza, professora de Língua Portuguesa no Colégio Marista Santo Antônio, esse vínculo também auxilia na formação integral. “É priorizando essa interação que a gente vai realmente conseguir alcançar o desenvolvimento completo de cada estudante”, informa.
A preocupação com uma educação integral sempre foi uma marca na forma de preparar as práticas educativas nos Colégios da Rede Marista, lembra o Ir. Jader. “Garantir que os estudantes aprendam ciências humanas, ciências naturais, linguagens, matemática. Mas também sejam educados para fazer o bem”, menciona. Na opinião de Ana Luíza, os educadores, de maneira geral, costumam manter esse zelo pelo desenvolvimento integral das crianças e dos adolescentes, porém, com a pandemia isso se tornou mais forte. “Nós ouvimos mais nossas crianças e adolescentes, nos aproximamos mais deles”. A educadora ainda comenta que essa proximidade foi um ponto positivo do período de distanciamento.
O papel do educador
“O educador que é capaz de potencializar esse repertório que o estudante já traz e ajudar a construir os novos saberes que eles vão desenvolver ao longo da vida”, afirma Ana Luíza. Dessa forma, o professor tem uma grande responsabilidade, uma vez que ele não atinge somente o aluno, mas a sociedade. Leonardo Agostini, professor e diretor da Escola de Humanidades da PUCRS, também acredita na transformação através da educação. “Considero que essa é a minha forma de ajudar a construir um mundo melhor, uma sociedade justa, fraterna e salutar”. Seguindo a mesma reflexão, Ir. Jader declara que o educador é um instrutor de vida. Conclui com uma frase de Marcelino Champagnat: para bem educar é necessário amar, e amar a todos igualmente.
A ocupação de educador, para Renata, é uma das que as pessoas mais guardam lembranças, fato que demonstra a relevância dos docentes em nossas vidas. “Acho que todos, se pararmos para refletir, teremos, independente da profissão, fáceis lembranças. Temos, pelo menos alguns, que fizeram diferença, seja num momento da vida em que estava com alguma dificuldade, seja porque abriu espaços”. Um exemplo disso é a fala da Ana Luíza, que decidiu ser professora aos 13 anos de idade, por gostar da língua portuguesa, mas, especialmente, porque via na sua professora da época uma inspiração.
O ato de educar, no entanto, precisou ser ressignificado em 2020: de uma hora para outra, as aulas ganharam o ambiente online e novas adaptações surgiram. “Ser educador é se reinventar dia após dia”, fala o Ir. Jader. O especialista ainda comenta que essa reinvenção ocasionada pela pandemia aconteceu para que os estudantes se sintam mais acolhidos, de modo que mesmos distantes, os educadores estejam próximos e presentes com seus estudantes.
Neste momento de atividades domiciliares, foi preciso analisar alternativas para o ensino. É o que aborda Renata. “Os educadores precisaram pensar em formas de se colocar no lugar de um estudante que está em frente a uma tela e tentar entender como eles poderiam ter o conteúdo e as atividades bem aproveitadas numa situação como essa”. Isso também é lembrado por Leonardo, que afirma o impacto das mudanças na forma de lecionar. “Acho que houve uma mudança bastante considerável. Mas o objetivo continuava o mesmo, que era ajudar os nossos estudantes a criar condições, a criar oportunidades para que eles construíssem aprendizagens significativas. Esse objetivo permaneceu o mesmo”, declara.
Existem outros pontos evidenciados na pandemia para a educação: tecnologia e maior presença familiar na rotina escolar. Para o Ir. Jader o uso da tecnologia para fins pedagógicos pode ser intensificado no pós-pandemia. “É uma marca que a pandemia nos deixará”, comenta. Ele ainda retoma que a presença da tecnologia não é exclusividade do momento atual, mas que o distanciamento aprimorou o entendimento e identificação dos riscos e das oportunidades ofertadas pela tecnologia. Outra modificação trazida pelo especialista foi a possibilidade de os pais participarem mais de perto do processo de ensino e de aprendizagem dos estudantes.
Para a estudante do Ensino Médio Sofia Branco, os educadores são o caminho certo para o conhecimento. E, mesmo que as informações estejam disponíveis em vários lugares, o papel do professor é fundamental. “Os professores, acima de tudo, conseguem nos fazer pensar, raciocinar, de uma maneira que a internet não consegue”, finaliza.
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