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As melhores adaptações de livros para o cinema: Spoliers 1

28/05/2020
Cultura
Confira dicas preparadas pelas educadoras da Biblioteca para os estudantes do Ensino Médio

​​Sempre que falamos em livros que viraram filmes ou séries, é impossível escapar das comparações e embora elas surjam constantemente, não são assim tão necessárias. O que é certo é que a Literatura e o Cinema têm seus próprios mecanismos de ação em nossa imaginação e seus percursos formativos, além de diferentes formas de interagir com quem tem acesso às obras e atingem de forma diferente as pessoas. Além disso, momentos como o que estamos passando pedem ainda mais que tenhamos alternativas culturais, seja para nos ajudar a entender os nossos arredores ou para tentar escapar deles. 

Além daquelas adaptações de livros para o cinema que já conhecemos e acabaram se tornando clássicos para gerações inteiras, como Harry Potter e Percy Jackson, por exemplo, há outros livros que também ganharam versões audiovisuais. A seguir, apresentamos uma lista com sugestões para os estudantes do Ensino Médio e lembramos sempre que, antes de assistir a qualquer filme, devemos nos atentar para a classificação indicativa: 


  • Livros adaptados para o cinema

A livraria, de Penelope Fitzgerald: Florence Green, uma viúva de meia-idade, decide abrir uma livraria ― a única ― na pequena Hardborough, uma cidade costeira no interior da Inglaterra. Florence não esperava, contudo, que seu projeto pudesse transformar Hardborough em um campo de batalha, pois aparentemente seus ideais culturais vão contra o status quo da cidade. O livro foi lançado pela primeira vez em 1978 e ganhou nova edição em 2016. O filme é de 2017.

A menina que roubava livros, de Markus Zusak: para quem gosta de histórias sobre a Segunda Guerra Mundial, essa obra é um prato cheio. O livro é narrado por um ser um tanto inusitado, a própria morte, que nos conta da trajetória de uma menina e sua busca pela vida – e pelos livros – em meio a tanta destruição. O livro é de 2005 e foi o primeiro na lista dos mais vendidos por muito tempo; o filme é de 2014. 

Assassinato no Expresso do Oriente, de Agatha Christie: um telegrama chega a Hercule Poirot requisitando seu retorno imediato a Londres. O detetive, então, embarca às pressas no Expresso do Oriente, inesperadamente lotado para aquela época do ano. O trem expresso, porém, é detido a meio caminho da Iugoslávia por uma forte nevasca, e um passageiro com muitos inimigos é brutalmente assassinado durante a madrugada. Caberá a Poirot, então, descobrir quem é o assassino antes que ele possa escapar ou fazer outra vítima. O livro é de 1934, mas ganhou novas edições ao longo dos anos e, inclusive, novas edições de capa dura nos últimos anos. O filme foi lançado em 2017.

Mulherzinhas, de Louisa May Alcott: o livro é de 1868 e conta, de forma até autobiográfica, a vida de quatro irmãs e sua mãe em uma cidade do interior dos Estados Unidos no século XIX. Além da personalidade de cada uma delas, a obra é muito interessante sob uma ótica histórica, pois a maior parte da trama se passa durante os anos de Guerra Civil Americana, e também de análise de costumes que impediam muitas mulheres de acessarem certos círculos sociais se não tivessem um bom casamento ou uma pequena fortuna. Há dois filmes baseados na obra, mas no Brasil ganharam o título de Adoráveis Mulheres; um de 1994 e o mais recente de 2019, indicado ao Oscar.

Orgulho e preconceito, de Jane Austen: O livro, publicado pela primeira vez em 1813, se tornou um dos clássicos da literatura mundial ao nos apresentar uma protagonista cativante, Elizabeth Bennet, além de sua família, e o Sr. Darcy, um aristocrata de poucas palavras que encanta e é encantado pela Srta. Bennet. A história dos dois, no entanto, é tragada por muitas dualidades, entre elas o orgulho e o preconceito presentes nos costumes da época, que ditavam as regras sociais na Inglaterra do século XIX. A adaptação cinematográfica é de 2006.

  • Livros adaptados para séries

Vozes de Tchernóbil, de Svetlana Aleksiévitch: em 26 de abril de 1986, uma explosão seguida de incêndio na usina nuclear de Tchernóbil, na Ucrânia – então parte da União Soviética – provocou uma catástrofe sem precedentes em toda a era nuclear: uma quantidade imensa de partículas radioativas foi lançada na atmosfera da URSS e em boa parte da Europa. A história desse desastre que, até hoje, não está completamente revelada, é contada por meio de depoimentos de sobreviventes colhidos pela autora. Esses relatos se tornaram a base para o roteiro da série Chernobyl, exibida pela HBO em 2019. 

Sherlock Holmes, de Sir. Arthur Conan Doyle: as histórias do detetive Sherlock Holmes e seu fiel ajudante Watson são conhecidas desde 1887, quando foi publicada a primeira delas, chamada Um estudo em vermelho. Ao todo, são 56 contos e quatro romances escritos por Conan Doyle que contam com o detetive como protagonista. Suas histórias ganharam diversas edições impressas ao longo dos anos, além de adaptações para filmes e séries. Uma série bastante aclamada pela crítica é Sherlock, iniciada em 2010 pela BBC inglesa, que traz alguns dos contos mais clássicos do detetive para o século XXI.​


  • ​Clássicos da nossa Literatura

Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis: a história escrita em 1881 conta com uma inovação literária e que, até hoje, é um diferencial: um narrador que já faleceu, retorna para contar a sua versão dos fatos da sua vida. A obra, clássico de nossa literatura, ganhou algumas adaptações ao longo dos anos, sendo a mais recente de 2001, que conta com grandes atores do nosso país, como Sonia Braga e Reginaldo Faria.

O tempo e o vento, de Erico Verissimo: é uma série de romances históricos que contam a história da família Terra Cambará ao longo de duzentos anos, o que acaba por contar também boa parte da história e da formação do Rio Grande do Sul. O primeiro volume, O continente, foi lançado pelo autor em 1949, seguido por O retrato, de 1951 e O arquipélago, de 1962. A obra recebeu diversas adaptações, tanto para séries quanto para filmes. O mais recente deles é o filme de 2013, que conta com a direção de Jayme Monjardim, Thiago Lacerda como o Capitão Rodrigo Cambará e Fernanda Montenegro como Bibiana Terra Cambará.

O auto da compadecida, de Ariano Suassuna: clássico do teatro brasileiro, o livro foi lançado em 1955 e faz referência aos autos medievais, que contavam a cultura popular, e à literatura de cordel, com elementos de dura crítica social sendo apresentados com humor. A primeira encenação ocorreu em 1956 e a sua primeira adaptação para o cinema, de 1969, foi censurada pela ditadura civil militar. O filme mais recente é de 2000 e conta com a direção de Guel Arraes, roteiro de Adriana Falcão e João Falcão, além de Matheus Nachtergaele como João Grilo e Selton Mello como Chicó.

O pagador de promessas, de Dias Gomes: a peça foi encenada pela primeira vez em 1960 e conta a história de João do Burro, que faz uma promessa a Santa Bárbara para que salve seu burrinho da morte. A história apresenta ao leitor alguns conflitos religiosos, pois, depois de caminhar com sua esposa, Rosa, por muitos quilômetros até chegar a Salvador, João é impedido de entrar na Igreja ao admitir que sua promessa foi feita em um terreiro de candomblé, além de contrapontos entre campo e cidade. A adaptação cinematográfica de 1962, dirigida por Anselmo Duarte, ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes, sendo até hoje o único filme latino-americano a conquistar tal reconhecimento. Além disso, foi o primeiro filme latino-americano a ser indicado para o Oscar de melhor filme estrangeiro, em 1963.


*Conteúdo produzido pela equipe da Biblioteca.​