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Espaços educadores e a [re] aprendizagem no ensino remoto

16/09/2020
Nosso jeito de educar
Os desafios da construção de ambientes pedagógicos e afetivos através da tela do computador

​A Educação Infantil é uma etapa em que cada detalhe é importante para a construção do repertório de significados das crianças. No jeito marista de educar, os ambientes são considerados parte essencial do projeto curricular, e pensados de forma que proporcionem momentos que incentivam a imaginação, criatividade, socialização, descoberta e autonomia. “Os espaços pedagógicos educadores formam um dos alicerces das nossas diretrizes”, afirma Loide Trois, supervisora pedagógica dos Colégios e Unidades Sociais da Rede Marista. 

Desse modo, os estudantes são convidados a assumirem o lugar de protagonistas, para, acompanhados dos educadores, terem liberdade de expressarem suas ideias – em um ambiente educador que os empodera e valoriza suas maneiras de participar e interagir. “Acreditamos que o espaço escolar deve transmitir afetividade mesmo sendo uma estrutura física”, explica Loide. “Precisa ser habitado de valores e princípios, da mesma forma em que aguça a curiosidade e desperta o desejo de aprender”. ​​


Aprender brincando no ensino remoto

​No contexto das aulas presenciais, os estudantes vivenciam diariamente a construção dos espaços educadores, através de projetos como o miniateliê que constitui uma extensão do ateliê existente no Colégio. Trata-se de um ambiente construído e (re)construído diariamente na sala de aula, composto de materiais trazidos e produzidos pelas próprias crianças, destacando-se a sua participação ativa nesses processos. Assim, a sala de aula pode se transformar em um planetário, em um mercadinho, em uma grande floresta, em um submarino, entre tantas outras possibilidades que vão se desenhando conforme a escuta atenta das crianças, suas curiosidades e interesses.

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Segundo Rosemari Grapiglia, educadora da Educação Infantil, “O espaço pedagógico é um elemento fundamental na aprendizagem das crianças, pois são nesses ambientes que elas exploram, manipulam, experienciam, criam, recriam e interagem com os colegas, construindo assim sua autonomia”, aponta. “É nesses espaços, sob o olhar atento e observador do educador, que as escutas mais significativas acontecem”. 

Apesar de desafiador, com base nesta importância de espaços pedagógicos potentes na formação integral das crianças no início da vida escolar, mesmo com o ensino remoto, as professoras buscam dar continuidade a este processo. “Contamos com o apoio das famílias, para que a partir dos desafios lançados pelas educadoras, a criança possa aprender brincando em espaços criativos e coparticipativos mesmo atrás da telinha do computador”, explica Rosemari. A educadora explica que para as lives semanais, por exemplo, é sugerido aos estudantes e famílias a construção de ambientes inspirados nas propostas pedagógicas trabalhadas durante a semana.

O projeto literário do Nível 3, da Educação Infantil, é um exemplo. As educadoras iniciaram o estudo da história do livro Os três porquinhos e foi sugerido a cada estudante criar a sua própria casinha, conforme as materialidades disponíveis em sua residência, explorando a imaginação e a criatividade. O resultado foi um encontro virtual repleto de cenários e moradias variadas que inspiraram uma divertida aula, mediada pelo computador sim, mas enriquecida de aprendizados. 

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Além dessa construção, também podemos citar os espaços educadores das lives juninas, e ambientes pedagógicos criados pelas famílias como o cantinho do chimarrão, o cantinho da massinha de modelar e o cantinho da pintura.

“É importante salientar também que todos os espaços nos quais a criança desfruta de experiências podem ser sim de aprendizagem e construção do protagonismo infantil, se forem bem mediados, e onde a criança possa explorar, participar, brincar e imaginar”, salienta a educadora.