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Extrapolação de leitura: você sabe o significado desta prática pedagógica?

05/05/2021
Educação
Educadoras explicam o método e dão dicas sobre como aplicá-lo no ensino remoto

​​​​O ano de 2020 nos apresentou situações novas e muito desafiadoras, gerando assim a necessidade de nos reinventarmos em vários aspectos de nossas vidas. No setor profissional, como biblioteca escolar presente e atuante no cotidiano da comunidade educativa, necessitamos desenvolver novas formas de trabalhar e motivar a importância da leitura na formação de nossos estudantes.A atividade de mediação de leitura e extrapolação de histórias já era uma constante em em nossa metodologia pedagógica, porém era realizada presencialmente no espaço da Biblioteca. 

Com a pandemia do novo coronavírus, a prática passou a ser realizada através dos ambientes virtuais de aprendizagem, explorando novos métodos, estratégias e formatos para motivar a construção do conhecimento e a formação de nossas crianças e jovens através do mundo mágico da literatura.

Você sabe como é feita a mediação de uma história? 

Tudo começa com a escolha da obra a ser trabalhada de acordo com o público a que vai ser destinada a história, seguida de uma leitura exploratória do texto, para que se tenha domínio da leitura. Após explorar a complexidade do texto, é realizada a contação da história e para finalizar, é proposta uma discussão sobre a história, dando voz aos alunos para que exponham o que mais lhe chamou atenção, o que chamamos de extrapolação.

Mas no que consiste a extrapolação de história?

​Popularmente, extrapolar significa “ir além”, ultrapassar os limites, exceder. Extrapolar em leitura é superinterpretar, compreender aquilo que não foi dito no texto. Na extrapolação, mediador e público descobrem juntos, uma imensidade de ressignificações que a discussão de um texto pode proporcionar, trazendo novos olhares e significados para um mesmo tema ou momento relatado na história. 

Confira a seguir, alguns exemplos de extrapolação de leitura realizadas pela nossa Biblioteca: 

Uma aventura literária e gastronômica 

Com a Educação infantil, realizou-se uma atividade que denominamos Aventura literária e gastronômica, em comemoração ao Dia do Estudante em 2020. Para isso, foi disponibilizada uma sala de vídeo pelo aplicativo Teams, em que exibimos a mediação de leitura do livro: Laranja Pera Couve Manteiga, escrito por Maria Amalia Camargo e ilustrado por André Neves, e logo em seguida, houve uma atividade na qual preparamos uma deliciosa salada de frutas com os ingredientes de um kit que foi entregue anteriormente às famílias sob a forma de drive-thru. 

Os meninos dos planetas 

Com o 4º ano EF foi desenvolvido o projeto Os meninos dos planetas, no qual foram feitas mediações de leitura durante as lives das turmas com as histórias da coleção Os meninos dos planetas, do autor Ziraldo. As histórias lidas foram:O menino da Lua; O menino que veio e Vênus; O menino da Terra; Os meninos de Marte e Ju, o menino de Júpiter. Para finalizar o projeto, os estudantes tiveram uma sessão virtual com a equipe do Planetário da Universidade Federal de Santa Maria. 

Uma carta para o futuro 

Foi lido, em capítulos, durante as lives, o livro A bolsa amarela, de Lygia Bojunga. Ao finalizar a leitura, os estudantes do 5º ano EF foram convidados a escreverem uma carta para o futuro através do site Future.me, na qual contavam quais eram as suas vontades hoje e o que esperavam do próximo ano, fazendo um paralelo com as vontades de Raquel, personagem principal do livro. A carta será recebida por eles neste ano de 2021.  

Bate-papo com a autora do livro Charles Chaplin: um tesouro em preto e branco, Flávia Muniz 

Para finalizar a leitura do livro, os estudantes do 5º ano EF tiveram a oportunidade de dialogar com a autora, em um bate-papo on-line.  

No encontro, a autora Flávia conversou com os estudantes sobre seu amor por contar histórias e sua trajetória como escritora e professora. Além disso, a autora compartilhou que o trabalho do escritor se apoia em três aspectos: a observação do que está acontecendo ao redor; a memória do que já aconteceu; e a imaginação, que atua como elo entre a observação e a memória, e possibilita que sejam criadas novas histórias. Segundo Flávia Muniz, esses três aspectos foram fundamentais na criação de seu livro Charles Chaplin: um tesouro em preto e branco.  

Nesse sentido, com relação ao processo de criação da obra, a autora expôs que, durante sua infância, seu avô era dono de um cinema, o que possibilitou que sua família tivesse contato e vínculo afetivo com o filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin. Ainda, Flávia Muniz compartilhou que teve acesso, em 2003, a uma notícia sobre exposição cultural das obras de Charles Chaplin, para possibilitar que mais crianças tivessem acesso às histórias do artista.  

A notícia gerou impacto em Flávia Muniz que também desejava que as obras de Chaplin alcançassem mais crianças. Assim, a autora iniciou o estudo sobre Charles Chaplin e, cerca de 6 anos depois, deu início à escrita do livro Charles Chaplin: um tesouro em preto e branco. Além disso, a autora compartilhou sua paixão pelo Chaplin e a história do artista, que, mesmo tendo passado por diversas dificuldades familiares e financeiras ao longo de sua infância, se tornou um aclamado e admirado ator, comediante, diretor, compositor, roteirista, cineasta, editor e músico.  Assim, a autora Flávia Muniz compartilhou com os estudantes uma reflexão sobre perseverança e superação diante das dificuldades da vida e a importância de agirmos com humildade e união. 

​Conheça mais sobre o trabalho da nossa Biblioteca Escolar, acessando aqui​. ​