O ano de 2020 nos apresentou situações novas e muito desafiadoras,
gerando assim a necessidade de nos reinventarmos em vários aspectos de nossas
vidas. No setor profissional, como biblioteca escolar presente e atuante no
cotidiano da comunidade educativa, necessitamos desenvolver novas formas de
trabalhar e motivar a importância da leitura na formação de nossos estudantes.A atividade de mediação de leitura e extrapolação de
histórias já era uma constante em em nossa metodologia pedagógica, porém era
realizada presencialmente no espaço da Biblioteca.
Com a pandemia do novo
coronavírus, a prática passou a ser realizada através dos ambientes virtuais de
aprendizagem, explorando novos métodos, estratégias e formatos para motivar a
construção do conhecimento e a formação de nossas crianças e jovens através do
mundo mágico da literatura.
Você sabe como é feita a mediação de uma história?
Tudo começa com a escolha da obra a ser trabalhada de
acordo com o público a que vai ser destinada a história, seguida de uma leitura
exploratória do texto, para que se tenha domínio da leitura. Após explorar a
complexidade do texto, é realizada a contação da história e para finalizar, é
proposta uma discussão sobre a história, dando voz aos alunos para que exponham
o que mais lhe chamou atenção, o que chamamos de extrapolação.
Mas no que consiste a extrapolação de história?
Popularmente, extrapolar significa “ir além”,
ultrapassar os limites, exceder. Extrapolar em leitura é superinterpretar,
compreender aquilo que não foi dito no texto. Na extrapolação, mediador e
público descobrem juntos, uma imensidade de ressignificações que a discussão de
um texto pode proporcionar, trazendo novos olhares e significados para um mesmo
tema ou momento relatado na história.
Confira a seguir, alguns exemplos de
extrapolação de leitura realizadas pela nossa Biblioteca:
Uma aventura literária e gastronômica
Com a Educação infantil, realizou-se uma
atividade que denominamos Aventura
literária e gastronômica, em comemoração ao Dia do Estudante em 2020. Para
isso, foi disponibilizada uma sala de vídeo pelo aplicativo Teams, em que
exibimos a mediação de leitura do livro: Laranja
Pera Couve Manteiga, escrito por Maria Amalia Camargo e ilustrado por André
Neves, e logo em seguida, houve uma atividade na qual preparamos uma deliciosa
salada de frutas com os ingredientes de um kit que foi entregue anteriormente
às famílias sob a forma de drive-thru.
Os meninos dos planetas
Com o 4º ano
EF foi desenvolvido o projeto Os meninos
dos planetas, no qual foram feitas mediações de leitura durante as lives das turmas com as histórias da
coleção Os meninos dos planetas, do
autor Ziraldo. As histórias lidas foram:O menino da Lua; O menino que veio e Vênus; O menino da Terra; Os
meninos de Marte e Ju, o menino de Júpiter. Para finalizar o projeto, os
estudantes tiveram uma sessão virtual com a equipe do Planetário da
Universidade Federal de Santa Maria.
Uma
carta para o futuro
Foi lido, em capítulos, durante as lives, o livro A bolsa
amarela, de Lygia Bojunga. Ao finalizar a leitura, os estudantes do 5º ano
EF foram convidados a escreverem uma carta para o futuro através do site Future.me, na qual contavam quais eram
as suas vontades hoje e o que esperavam do próximo ano, fazendo um paralelo com
as vontades de Raquel, personagem principal do livro. A carta será recebida por
eles neste ano de 2021.
Bate-papo
com a autora do livro Charles Chaplin: um tesouro em preto e branco, Flávia
Muniz
Para finalizar a leitura do livro, os estudantes do 5º ano EF tiveram a
oportunidade de dialogar com a autora, em um bate-papo on-line.
No encontro, a autora Flávia conversou com os estudantes sobre seu
amor por contar histórias e sua trajetória como escritora e professora. Além
disso, a autora compartilhou que o trabalho do escritor se apoia em três
aspectos: a observação do que está acontecendo ao redor; a memória do que já
aconteceu; e a imaginação, que atua como elo entre a observação e a memória, e
possibilita que sejam criadas novas histórias. Segundo Flávia Muniz, esses três
aspectos foram fundamentais na criação de seu livro Charles Chaplin: um tesouro em preto e branco.
Nesse sentido, com relação ao processo de criação da obra, a
autora expôs que, durante sua infância, seu avô era dono de um cinema, o que
possibilitou que sua família tivesse contato e vínculo afetivo com o filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin.
Ainda, Flávia Muniz compartilhou que teve acesso, em 2003, a uma notícia sobre
exposição cultural das obras de Charles Chaplin, para possibilitar que mais
crianças tivessem acesso às histórias do artista.
A notícia gerou impacto em Flávia Muniz que também desejava que as
obras de Chaplin alcançassem mais crianças. Assim, a autora iniciou o estudo
sobre Charles Chaplin e, cerca de 6 anos depois, deu início à escrita do livro Charles Chaplin: um tesouro em preto e
branco. Além disso, a autora compartilhou sua paixão pelo Chaplin e a
história do artista, que, mesmo tendo passado por diversas dificuldades
familiares e financeiras ao longo de sua infância, se tornou um aclamado e
admirado ator, comediante, diretor, compositor, roteirista, cineasta, editor e
músico. Assim, a autora Flávia Muniz compartilhou com os estudantes uma
reflexão sobre perseverança e superação diante das dificuldades da vida e a
importância de agirmos com humildade e união.
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