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Bergacida: estudantes do Ensino Médio produzem inseticida natural contra o mosquito da dengue

02/06/2022
Iniciação Científica
O inseticida foi desenvolvido como atividade da Iniciação Científica. Uma amostra simbólica foi entregue à Vigilância em Saúde do Município

​​Estudantes do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Marista Santa Maria produziram, em projeto de Iniciação Científica, um inseticida natural para combater as larvas do mosquito da dengue. O produto, chamado de Bergacida, tem como base a casca de bergamota, e pode auxiliar no combate ao Aedes aegypti, mosquito causador de doenças como a dengue. A estudante Valentina Fraga conta que foram feitos vários testes durante cerca de um ano de pesquisa, até chegar nas proporções corretas para a eficácia da substância.

Bergacida- Foto do Laboratorio.png

De acordo com a educadora de Química e orientadora da pesquisa, Josiéli Siqueira, para sintetizar o produto as estudantes ferveram a casca de bergamota com água e, após, fizeram a extração da substância acrescentando álcool etílico. “A casca da bergamota possui naturalmente propriedades antibacterianas e antif​ungicidas, o que, somadas às propriedades do álcool potencializa a sua eficácia (PH em torno de 5) no combate ao Aedes aegypti, tanto no estágio da pupa, quanto da larva. Os testes mostraram que com apenas uma borrifada do Bergacida foi possível matar a pupa em cerca de 4 minutos, e a larva, em 20 minutos", explica Josiéli. A experiência foi realizada com larvas do Aedes aegypti coletadas em cemitérios da cidade com apoio de agentes de saúde locais.

Como fazer em casa o inseticida

Além do processo realizado em laboratório, a pesquisa também resultou em uma receita caseira do Bergacida. Os ingredientes são: água, cascas de bergamota e vinagre de álcool. Para extrair o inseticida natural basta ferver cascas de cinco bergamotas médias em ½ litro de água por 10 minutos. Depois deixar o conteúdo esfriar e retirar as cascas, deixando apenas o líquido. Por fim, acrescentar 5 colheres de sopa de vinagre de álcool e colocar em um borrifador. “A combinação nestas proporções extrai as propriedades da bergamota e resulta em uma acidez perfeita para matar a pupa e a larva do mosquito da dengue", comenta a estudante Ana Carolina de Souza.

O objetivo do trabalho é disponibilizar a substância, que é de fácil produção, para a população, para a prevenção doméstica ao desenvolvimento do mosquito, e, tendo a avaliação técnica da Vigilância em Saúde, disponibilizar borrifadores com o produto em locais públicos com maior incidência da dengue, complementando as ações de combate à doença juntamente com as técnicas já aprovadas pela Legislação.

Neste contexto, as estudantes, acompanhadas pela educadora e equipe do Colégio, realizaram na manhã desta quinta-feira, 2/6, uma entrega simbólica do produto sintetizado para a Vigilância em Saúde do Município, para que possa ser analisado pela equipe técnica, pensando em disponibilizar amplamente o produto para uso doméstico, a fim de complementar o combate à dengue e outras doenças causas pelo Aedes aegypti". O foco é a prevenção, evitar que as larvas se transformem no mosquito", destaca Mariana Gadret.

Apresentação Bergacida - Vigilância em Saúde SM 3.jpg

Além de ser finalista na Feira Brasileira de Jovens Cientistas, a FBJC, o projeto também foi destaque na edição estadual do Jornal do Almoço, na RBSTV. Confira a reportagem completa aqui: Jornal do Almoço. A divulgação do projeto no jornal local também pode ser conferida neste link.

Gravação Bergacida - RBSTV.jpeg

A Iniciação Científica na proposta pedagógica Marista

O projeto de Iniciação Científica segue com as pesquisas para qualificar ainda mais a proposta, que tem significativo potencial para o cuidado com a vida das pessoas. Além destes, os estudantes maristas se envolvem em pesquisas nas quatro áreas do conhecimento, como Ciências Humanas, da Natureza, Matemática e Linguagens, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio.

“O exercício da pesquisa contribui para o desenvolvimento de habilidades no sentido de busca e uso de informação, bem como promove a reflexão, o pensamento crítico e a aplicação do conhecimento frente à aprendizagem. Reconhecendo esses benefícios entre os objetivos da educação marista está a preparação dos estudantes para as diferentes etapas da pesquisa científica, a partir de conhecimentos prévios e motivações, de modo que eles possam se tornar estudantes-pesquisadores. Com isso, os percursos da Iniciação Científica potencializam a investigação científica como um instrumento de aprendizagem de forma contínua e transformadora", destaca Maria Angela Baldi, diretora do Colégio.