Publicada em: 11 de novembro de 2020
Atualizada em: 20 de novembro de 2020
No dia 19 de novembro ocorreu a IV Mostra Científica Ecoinovar, realizada pelo Departamento de Ciências Administrativas do Centro de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, por meio do Grupo de Pesquisa Ecoinovar. Neste ano, o tema central do Ecoinovar é: Como reinventar a ciência e a educação para inovação e sustentabilidade?
O principal objetivo da Mostra Científica consiste em promover o intercâmbio, a divulgação e o estímulo à produção de conhecimento, propostas e soluções que contribuam para o desenvolvimento de novas ideias, iniciativas e a construção de alianças para a inovação e a sustentabilidade, despertando e estimulando vocações científicas e tecnológicas em jovens talentosos, estimulando-os a seguirem carreiras científico-tecnológicas.
O evento reúne pesquisas de estudantes do Ensino Fundamental, Ensino Médio e Técnico de Santa Maria/RS.
Aliando a teoria à prática, no Colégio Marista Santa Maria, os estudantes são estimulados a desenvolverem projetos de iniciação científica sobre temas da atualidade. As pesquisas são orientadas por professores de diferentes áreas do saber e as produções são apresentadas em eventos científicos locais e regionais, como o Ecoinovar. Em 2019, o Colégio foi reconhecido com o prêmio de 2º lugar entre as escolas particulares de Ensino Médio, com o trabalho Produção de asfalto por meio da reutilização de resíduos sólidos.
Em 2020, o Colégio teve dois projetos selecionados para participar do evento: a pesquisa sobre Fósforo Ecológico desenvolvida pelos estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental e a pesquisa Resíduos eletrônicos: do lixo para o uso sustentável com geração de renda, realizada pelos estudantes do 3º ano do Ensino Médio.
Conheça o projeto Fósforo Sustentável
O fósforo (do grego phosphorus que significa portador de luz) foi descoberto acidentalmente em 1669 por Henning Brand e recebeu esse nome em razão dos seus compostos apresentarem inúmeras combinações distintas de fosfatos (substância que apresenta o elemento químico fósforo na composição). Esse produto faz parte do nosso dia a dia. A professora de Química no Colégio, Josieli Siqueira, explica que são consumidos em média 380 caixas de fósforo (com 100 palitos) por hora no Brasil, e desse consumo são descartados os palitos e as caixas que armazenam esse produto.
“Para uma projeção numérica, com um tronco de pinheiro de 15 metros pode-se produzir 74 mil palitos, resultando em 740 caixas com 100 unidades, isso equivale a 2 horas de consumo médio, além da quantidade necessária para produzir as caixas para armazenar os palitos", detalha a educadora. Josieli explica que nesse contexto, por se tratar de um produto de baixo peso, esses materiais descartados não se tornam atrativos para a reciclagem, isso acarreta em uma série de prejuízos à natureza.
Partindo desses dados, que os estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental estão trabalhando em uma alternativa sustentável para diminuir o descarte do fósforo no meio ambiente. “A ideia é produzir um componente que vai na cabeça do palito mais durável e reutilizável, diminuindo o descarte do fósforo na natureza, utilizando um composto de sulfeto de antimônio, clorato de potássio, cola e amido, o qual será armazenado em um frasco que permitirá a troca por refil", complementa a educadora.
O custo de produção de 50 frascos com 100g e 50 suportes é de cerca de R$480 reais, ressaltando que esses materiais são reaproveitáveis e a média de utilização do produto sintetizado é de 370 vezes.
O trabalho será apresentado na quarta edição do Ecoinovar em uma plataforma online. E para esta apresentação, os estudantes estão realizando uma Pesquisa Exploratória, cujos dados serão discutidos no evento.
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Conheça o projeto Resíduos eletrônicos: do lixo para o uso sustentável com geração de renda
Os resíduos eletrônicos são provenientes de materiais de origem inorgânica e são também conhecidos pela sigla RAEE (Resíduos de Aparelhos Eletroeletrônicos). Sendo eles computadores, teclados, celulares, entre outros. No entanto, por serem derivados de metais pesados como cobre, mercúrio, e berílio, seu descarte gera muitas implicações em função do seu alto risco de poluição ao meio ambiente. Além disso, o contato com esse material pode ocasionar diversas doenças.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), países subdesenvolvidos são o destino de 80% do lixo eletrônico de nações ricas. No Brasil, segundo dados do site Estadão (2014), o país é o mercado emergente que gera o maior volume de lixo eletrônico per capita a cada ano. Sendo que grande parte da população brasileira não tem acesso à informação de como lidar com este problema.
Para buscar possíveis soluções a esta problemática, o grupo de estudantes do 3º ano do Ensino Médio, está desenvolvendo a pesquisa que tem os seguintes objetivos: reutilizar os resíduos eletrônicos de forma com que eles se tornem útil e sustentáveis, realizar uma campanha para arrecadar resíduos eletrônicos no Colégio e entrevistar a comunidade para obter informações sobre o comportamento em relação ao descarte dos resíduos sólidos eletrônicos.
Segundo o professor José Francisco Marques, responsável pela pesquisa, o projeto consiste em arrecadar resíduos de aparelhos eletrônicos para utilizar na produção de novos produtos como: carregador de celular, ventilador e abajur. Os exemplares construídos podem ser utilizados em eventos e feiras de ciências da cidade e do nosso Estado do Rio Grande do Sul como forma de mostrar e sensibilizar a comunidade. É preciso mudanças de atitudes sobre o descarte do lixo de uma forma mais sustentável e com potencial de gerar renda para a comunidade.
“Até o momento, com base nas a pesquisas e consulta com profissionais especializados em eletrônica, identificamos os materiais necessários para a produção de um abajur com o uso de peças eletrônicas de televisões de Led são elas: capacitor, resistor, fusível, transistor, Led e MDF. Todos os materiais mencionados seriam descartados devido a televisão apresentar problemas em uma ou mais peças que tornam a compra das novas peças e mão de obra inviável para o seu conserto. Com isso, pretendemos construir e apresentar um abajur com custo zero, com peças reutilizáveis e com potencial de gerar renda para a sociedade", explica o professor.
Premiação
Os trabalhos foram apresentados no formato online no dia 19 de novembro. O projeto Fósforo Ecológico foi reconhecido com o 1º lugar na categoria Ensino Fundamental.