No dia 20 de setembro, também conhecido como o Dia do Gaúcho, o Rio Grande do Sul celebra o início da Revolução Farroupilha, a Guerra dos Farrapos (devido aos farrapos que os revoltosos vestiam), cujo marco inicial foi em 1835. A data foi instituída como feriado no RS pelo decreto estadual 36.180, de 18 de setembro de 1995. A Revolução se estendeu até 1845, quando se fez um acordo de paz. Tal revolta regional foi alicerçada na insatisfação com o Império Brasileiro, motivada pela crise econômica e impostos elevados.
Segundo Carlos Glufke, professor de História no Colégio Marista Santa Maria, o momento onde iniciou a Revolução Farroupilha, o Período Regencial, foi marcado por uma série de movimentos e rebeliões no País em virtude de insatisfações com o contexto político, econômico e social. Estas instabilidades atingiram também o sul do Brasil, onde parte do povo sul rio-grandense se rebelou contra o Império, insatisfeitos com o preço do charque, os impostos sobre o sal, a desvalorização do produto platino, além das intencionalidades ligadas aos mandos e desmandos do governo central e o desejo de maior autonomia por parte do Rio Grande do Sul.
“Muitas são as causas da Revolução. O 20 de setembro marca o seu início. A cidade de Porto Alegre é ocupada por Bento Gonçalves ainda sem pretensões separatistas. Essa somente se constitui a partir de 1836 quando foi proclamada a República do Piratini. Em 1839, a Revolução se expandiu pra Santa Catarina. Na busca de um porto, Laguna foi o local escolhido. A partir de 1842, o movimento começa a enfraquecer, especialmente com a ação diplomática e militar de Luiz Alves de Lima e Silva, até que em 1845 se termina com a paz de Ponche Verde, considerada uma paz honrosa pois muitas demandas farroupilha foram atendidas”, explica Carlos.
O educador ressalta que essa é uma história de grandes feitos, de grandes batalhas e comandantes. Uma história que motiva e nutre a valorização da cultura gaúcha e sua trajetória. Mas é importante também um olhar crítico a todo esse cenário e uma análise a heróis pouco lembrados quando se fala em Revolução Farroupilha.
“Nesse momento de comemoração, quero trazer à memória, aqueles heróis esquecidos pelos mais variados motivos, Trago à memória, os Lanceiros Negros, aqueles cuja promessa foi a liberdade em troca da luta. Muitas vezes sem cavalos, descalços, armados apenas com lanças. Formaram a troca de elite da Revolução Farroupilha, lutaram e morreram, eram todos soldados, seus nomes não estão marcados na história, apenas aquilo que representaram. Viva o 20 de setembro. Viva os Lanceiros Negros.”
Para dialogar sobre essa história e os costumes que fazem parte da cultura do Rio Grande do Sul, os estudantes da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, vivenciam durante as aulas online (lives) atividades pedagógicas que celebram as comemorações da Semana Farroupilha. Confira, na galeria a seguir, registros enviados pelas famílias.
Mesmo distantes, seguimos em família!