O exercício da pesquisa contribui para o desenvolvimento de habilidades no sentido de busca e uso de informação, bem como promove a reflexão, o pensamento crítico e a aplicação do conhecimento frente à aprendizagem. Reconhecendo esses benefícios entre os objetivos da educação marista está a preparação dos estudantes para as diferentes etapas da pesquisa científica, a partir de conhecimentos prévios e motivações, de modo que eles possam se tornar estudantes-pesquisadores. Com isso, os percursos da Iniciação Científica potencializam a investigação científica como um instrumento de aprendizagem de forma contínua e transformadora.
A pesquisa no Marista Maria Imaculada
Segundo a supervisora de bibliotecas dos Colégios da Rede Marista, Patrícia Saldanha, a Iniciação Científica é um movimento presente em nossos Colégios que proporciona ações de estímulo à pesquisa com temas relevantes e pertinentes à realidade dos estudantes. “Busca-se, por meio da investigação científica, localizar e selecionar a informações, problematizar, debater e refletir sobre diferentes temáticas relacionadas às quatro áreas de conhecimento, a partir de um olhar crítico sobre os fenômenos que os cercam, construindo novos saberes e, por fim, divulgando o conhecimento produzido", explica.
Pautado nas Matrizes Curriculares do Brasil Marista e na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o trabalho do Marista Imaculada com a Iniciação Científica tem como objetivo incentivar a formação científica ainda na educação básica. Para Larisa Bandeira, Coordenadora Pedagógica dos Anos Finais EF e EM, “a iniciação à pesquisa científica não é relevante apenas porque exercita os instrumentos de construção de conhecimentos, mas principalmente porque é considerada uma atividade importante e estratégica para professor e estudantes interferirem e reconstruírem a realidade observada".
A abordagem e as atividades variam conforme o nível ensino. Abaixo, apresentamos como ocorre a Iniciação Científica em cada fase da aprendizagem.
Educação Infantil
A investigação com os estudantes na Educação Infantil é um dos princípios para a aprendizagem, visto que a curiosidade das crianças sobre diferentes fenômenos e eventos contribui para o surgimento de vários projetos. Patrícia relembra que a Investigação Científica nessa faixa etária tem como premissas escutar as crianças, traçar percursos investigativos a partir de suas curiosidades, lançar hipóteses sobre o que elas pensam e pautar caminhos de investigação, valorizar suas ideias e colocá-las como protagonistas do processo, respeitando as diferentes formas de comunicação.
Para a professora de Educação Infantil, Crislaine Carolina, essa etapa da vida escolar é início da trajetória de cada estudante e, por isso, traçar percursos investigativos com as crianças é aguçar e potencializar suas curiosidades sobre o mundo, partindo de um problema real que inquieta o grupo. “Diante do desafio, as crianças lançam hipóteses, pensam sobre a situação problema e desenham caminhos de investigação buscando informações em diferentes fontes de pesquisa, interpretando e refletindo sobre as aprendizagens e descobertas. Esse processo de pesquisa é mediado por uma ação educativa que empodera o saberes das crianças, que valoriza as ideias e sistematiza os conhecimentos, garantindo assim sua continuidade e a construção de acervo intelectual que pode ser acessado a qualquer tempo", comenta a professora.
Anos Iniciais
Para os Anos Iniciais EF, as atividades buscam explorar e exercitar o interesse pela busca por conhecimento, ampliar as formas de leitura e oferta de diferentes materiais e formular hipóteses sobre os fenômenos existentes. “As aprendizagens partem das experiências e vivências dos estudantes e devem promover o contato com o prazer da descoberta", afirma.
A metodologia de ensino e aprendizagem dos Anos Iniciais EF incentiva a resolução de situações-problemas sobre os projetos desenvolvidos em sala e os estudantes são desafiados a fazer perguntas, a levantar hipóteses, a pesquisar sobre um determinado tema envolvendo todas as áreas do conhecimento. Para a professora dos Anos Iniciais EF, Jaqueline Wojahn, a metodologia é enriquecida com atividades culturais e múltiplas estratégias que fortalece a interlocução dos saberes trabalhados em sala. “A partir de uma temática de pesquisa, os estudantes são desafiados e provocados, buscam o conhecimento individual e coletivamente, aprendem a compreender pela sua própria ação e percebem o quanto é possível ir além - expandir o pensamento crítica e construtivamente, acerca de todas as áreas do conhecimento, de sala de aula e para a vida", explica a pedagoga.
Anos Finais EF e Ensino Médio
A partir dos Anos Finais e do Ensino Médio, parte-se para o pressuposto de que os estudantes já compreendem a Ciência e seus fenômenos, tendo, dessa forma, condições para estabelecer relações entre os objetos a serem investigados e as áreas do conhecimento relacionadas. “Entendemos que esses estudantes possuem uma maturação acerca das etapas sistematizadas para a observar, analisar, inferir e materializar dois importantes conceitos relacionados à pesquisa: descoberta e a criação. Portanto, as etapas que englobam o projeto de pesquisa e os resultados se concentram nesses segmentos", comenta Patrícia.
Ao abordar as etapas sistematizadas para o AF e EM, são enfatizados tema da pesquisa, a justificativa, o problema, os objetivos, referencial, metodologia e resultados. Patrícia ressalta que cada estágio da Educação Básica apresenta contextos, repertórios, maturidades e subjetividades que os educadores levam em consideração em seus projetos.
No ano de 2021, muitas mudanças estão programadas para adaptar o projeto à realidade da bimodalidade e pandemia. Uma das principais alterações será o agrupamento por afinidades de temas e interesses, no qual os professores das quatro áreas do conhecimento serão divididos em dois grandes grupos – as Linhas de Pesquisa. Para a professora de arte e integrante do GT de professoras do Novo Ensino Médio, Paola Oppitz, a implementação das linhas de pesquisas representam um importante passo na consolidação da pesquisa como estratégia de ensino, uma vez que o agrupamento de temas permite uma maior interlocução entre as áreas do conhecimento. “A linha de pesquisa oportuniza um melhor direcionamento teórico e metodológico, assim como permite aos estudantes o agrupamento por interesses e objetivos, dialogando com o universo em que estão inseridos e tornando a pesquisa mais prazerosa", esclarece a professora.
Saiba mais sobre as mudanças na IC dos Anos Finais EF e Ensino Médio
Por meio da Investigação Científica, portanto, é possível trabalhar com inúmeras propostas para o questionamento de fenômenos que nos rodeiam. “Comprovadamente, a pesquisa científica é um caminho para o saber que, do mesmo modo, colabora para a autonomia e o protagonismo do estudante em seu processo de aprendizagem", finaliza.
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