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Aprendizagem afetiva em tempos de pandemia

28/07/2020
Educação
Como driblar a distância e construir vínculos por meio da escuta ativa

A presença e a entrega pessoal são elementos centrais da pedagogia marista. Elas envolvem a comunidade educativa em um movimento que fomenta a confiança e a partilha, na prática cotidiana da escuta e do diálogo. Extrapolando o espaço-tempo escolar, a presença exige do educador, além da mediação do processo de ensino-aprendizagem, postura atenta às demandas contemporâneas, atuação incentivadora e coerência entre o discurso e a ação. 

Com a pandemia do novo Coronavírus, o Colégio Marista Rosário experencia constantemente novas estratégias, que sejam ainda mais potentes em aproximar o estudante aos conceitos trabalhados nas aulas online, mas, acima de tudo, prezando por uma abordagem afetiva, amplamente baseada na escuta ativa dos estudantes. A presença junto às crianças e adolescentes concretiza-se, portanto, em uma relação baseada no afeto, propiciando um clima favorável à aprendizagem e à apropriação de valores.

Escuta ativa também no ambiente virtual

As Assembleias de Turma, realizadas quinzenalmente pelo Serviço de Orientação Educacional (SOE) do Colégio, juntamente com o professor conselheiro de cada turma, são um espaço de diálogo que possibilita a escuta ativa. Na versão virtual, essa prática têm sido uma forte aliada neste momento de ensino-aprendizagem a distância. 

No 6º ano do Ensino Fundamental, após a realização desses encontros, o SOE e professores conselheiros perceberam que os estudantes traziam ideias muito criativas, além de relatos sobre a saudade que sentiam das atividades lúdicas, realizadas com mais frequência no 5º ano do Ensino Fundamental, por exemplo. 

A orientadora educacional dos Anos Finais EF Clarice Conter explica que a transição dos estudantes dos Anos Iniciais para os Anos Finais (do 5º para o 6º ano EF) ainda é muito recente, e que, além disso, estudantes e professores tiveram apenas 30 dias de atividades presenciais anteriores à pandemia do novo Coronavírus. Sendo assim, o vínculo com os novos colegas e professores e o início de suas trajetórias nos Anos Finais do Ensino Fundamental necessitavam ser ressignificados por meio das ferramentas disponíveis no ensino online. Foi assim que surgiram as ideias de aulas com temas divertidos e descontraídos, como o Dia do Cabelo Maluco e a Semana Junina, em que os professores ministraram aulas caracterizados. 

Para além da diversão, esses encontros possibilitam o fortalecimento do vínculo com os estudantes, quando a participação e mediação do professor são fundamentais para sucesso do processo. Nesse intuito, o professor de Língua Portuguesa Gilberto da Fonseca criou dois personagens. Um deles é um caipira, que deu o nome de Tio Gomercindo, e o outro é a Vó Zeferina. “Eu tenho convicção de que se aprende muito mais quando nos divertimos. Sempre trabalhei buscando o sorriso, o prazer de aprender. Em tempos de isolamento, percebo que os estudantes se mostram bastante carentes de atenção e acredito que os personagens, além de servirem como estratégia para abordar determinado conteúdo, tragam algo ​diferente para o momento de aula e divertem bastante a eles e a mim também, porque é muito gostoso encená-los.”, afirma Fonseca. ​

Visão compartilhada com a Ana Maria Carissimi, mãe da estudante Maria Eduarda, do 6º ano EF. Segundo ela, o Colégio conseguiu transformar as aulas online em uma maneira divertida de ensinar, com uma aprendizagem permeada por momentos de ludicidade, o que é essencial nesse momento de pandemia. “As crianças sentem-se acolhidas com professores extremamente atenciosos. Essa abordagem de ensino, além de tornar as aulas mais atraentes para os estudantes, nos deixa muito tranquilos e satisfeitos com a escola”, comenta Ana. ​