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Arte e expressividade em tempos de mudança

11/11/2020
Educação
Entenda a importância da arte para nossa saúde física e mental.

​​​​​​​​​A importância da arte em nosso dia a dia não é nenhuma novidade. Há muitos e muitos anos, desde os tempos remotos, o homem já sentia a necessidade de utilizar a linguagem artística para registrar seus dias, exaltar crenças e homenagear deuses. Para além dos registros históricos, a arte tem papel essencial para que a humanidade possa ensaiar seu lado lúdico e pensar criticamente a vida. O teatro grego antigo, por exemplo, contribuía para questionar os problemas sociais e refletir sobre as formas jurídicas e políticas da polis, ou seja, as cidades estados da Grécia Antiga.

Com o passar dos anos, a arte foi adquirindo outro caráter além do ritualístico, passando pela exaltação do belo, pela exploração das combinações técnicas, pela testagem de materiais inusitados e, atualmente, nos serve de veículo de reflexão, de crítica e de entretenimento. Você já parou para pensar sobre quantos bebês se acalmam ao ouvirem músicas de ninar? Quantas crianças sentem-se felizes ouvindo as histórias que lhes são contadas? Quantas pessoas descobrem-se artistas após uma vida inteira dedicada a uma determinada profissão? Ao longo da vida, de alguma forma, de maneira consciente ou inconsciente, vamos estabelecendo relações com a arte e nos conectando a ela por meio da música, da literatura, das artes plásticas, do cinema, da dança e do teatro.

Durante a pandemia do novo Coronavírus, tivemos que nos readaptar em muitos aspectos, com o consumo da arte não foi diferente. A prática do distanciamento social controlado, juntamente com os decretos de cada Estado ou Município, restringiram muitas atividades ligadas a este ramo, como o funcionamento de teatros, cinemas e exposições de arte presenciais. Dessa forma, os nossos hábitos também tiveram que ser remodelados. A professora de Art​e Michele Teresinha Philomena acredita que foi um momento propício para o reconhecimento da importância dos espetáculos musicais, dos filmes, das peças teatrais, das exposições e do próprio desenvolvimento do fazer, comprovado com o aumento da busca pelos cursos relacionados aos trabalhos manuais. “Em tempos de quarentena, arte nos ajudou a desenvolver um exercício intimista, nos permitindo valorizar pequenas coisas e ver com novo olhos coisas que sempre estiveram à nossa disposição, mas que estavam veladas pela rotina externa." , explica Michele. ​​

A arte na educação

O ensino da arte na educação é de suma importância para a promoção das diferentes habilidades e competências dos estudantes. Ela auxilia no desenvolvimento e na manifestação de seus sentimentos desde os anos iniciais, por meio da expressão artística e suas linguagens não verbais, como a pintura, o desenho, a música e o teatro, entre outras. ​

Sendo um componente curricular cuja prática exige muitas vezes o contato, a escuta, o olhar atento e a demonstração real das técnicas, a realidade de aulas online, vivenciada por estudantes e professores durante a pandemia, trouxe novas necessidades e muita adaptação.

Segundo a professora de Arte dos Anos Finais, Bernardete Bertuol, mesmo com todas as adversidades que o período apresenta, é possível perceber a colheita dos frutos com as turmas de 6º e 7º anos EF as quais leciona. A professora comenta que apesar dos percalços iniciais da adaptação, tem experenciado muitas alegrias, realizações e êxitos. “Na nova realidade, conseguimos trabalhar com a arte nos mais variados meios, tais como: releituras, fotografia, vídeos, interferências artísticas, histórias em quadrinhos, objetos tridimensionais, etc."  

Bernardete avalia as produções dos estudantes em aula, por imagens anexadas no chat ou nos portfólios, pelos quais realizam as avaliações. Os resultados são incríveis, como podemos apreciar no exemplo abaixo. ​​

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Renoir: Retrato de Julie Manet - Releitura da obra de arte ​(Luisa, turma 61)​

Já a professora de Arte das turmas de 8º e 9º ano EF, Carolina Wagner Magni Simões, aproveitou a oportunidade e utilizou o próprio distanciamento social como objeto das obras desenvolvidas pelos estudantes. Segundo ela, esse período permitiu uma grande interação com práticas artísticas que os professores não trabalhavam com frequência nas aulas presenciais. “Uma das atividades com a qual pude entrar mais em contato com os sentimentos dos estudantes refletia, justamente, sobre os sentimentos que vieram à tona no isolamento. Pensamos sobre a melhor forma de torná-los visíveis, sobre como os sentimentos podem ser associados às cores e às linhas. Acima de tudo, a atividade buscou a necessidade de cada um voltar-se para si e mergulhar em um universo de sentimentos contidos, guardados dentro de si.", comenta Carolina (confira as produções na galeria de fotos abaixo).

Seja na escola, nas ruas e avenidas ou em nossos lares: é impossível negar a influência da arte em nossa saúde física ou mental. Ela serve como apoio, válvula de escape, ajuda a lidar com os nossos sentimentos e produz tantos outros, diminui os níveis de estresse e pode nos trazer boas sensações e sentimentos positivos. E você, tem praticado a arte em seu dia a dia? ​​