Com a suspensão das aulas
presenciais em março de 2020, a equipe do Colégio Marista Rosário, assim como
diversas instituições de ensino, precisou ser criativa na elaboração de
atividades que fossem compatíveis com o planejamento anual já programado. Para
isso, as diferentes estratégias educacionais precisaram se adequar ao novo
momento remoto com o desenvolvimento de recursos tecnológicos disponíveis em
sua estrutura de trabalho, assim como a inserção de novos processos.
Entre eles, a elaboração de um
planejamento desenvolvido para contemplar o ensino tanto de forma remota quanto
presencial, a partir da liberação das atividades presenciais por parte do poder
público. A nova modalidade consiste na transmissão do ensino híbrido presencial
e online/domiciliar, ou seja, bimodal. A bimodalidade é uma realidade possível
por meio do investimento em recursos tecnológicos que permitam a transmissão
simultânea de aulas presenciais realizadas para os estudantes em sala de aula e
também atividades gravadas nos espaços da escola.
Nesse contexto, foram utilizadas
as plataformas Marista Virtual e Microsoft Teams, com atividades
online de segunda a sexta-feira para estudantes que, por opção das famílias ou
pelo sistema de rodízio semanal, estarão acompanhando às aulas em suas
residências. Mesmo em novo formato, as aulas assíncronas contemplam roteiros de
estudos com atividades semanais incluindo videoaulas, exercícios, indicação de
leituras e a utilização dos livros didáticos digitais.
Inicialmente, o Marista Rosário
precisou se reinventar em formas de manter o estudante engajado, conta a
coordenadora pedagógica do Ensino Médio, Carla Spagnolo. Para isso, a
possibilidade de um novo ecossistema de recursos disponíveis aos antigos
projetos se ampliou para a construção de narrativas únicas, nas quais a
tecnologia é um dos pilares que possibilitou a continuidade do processo de
ensino e de aprendizagem.
— As ações presentes nessa reinvenção
estão materializadas em forma de grupos de trabalho e diversos outros projetos
como fórum de sustentabilidade online, trabalho interdisciplinar de pesquisa,
assembleias, entre outros — explica.
Ainda em um cenário atípico de
pandemia, as atividades que retornaram ao formato presencial foram adaptadas
para a preservação da segurança de cada estudante. Para tanto, a instituição
conta com medidas como o uso obrigatório de máscara por todos que circularem pelo colégio, higienização constante dos espaços, escalonamento dos horários de
entrada, saída e de recreio, além de treinamentos de segurança contínuos entre
professores e funcionários.
No entanto, buscando preservar a
opção de escolha a todos os pais ou estudantes que optaram pela maior
permanência em casa, a bimodalidade continuou até a conclusão do
calendário letivo de 2020. No que diz respeito a isso, a instituição reforçou
seus equipamentos, assim como estruturou suas plataformas para atender às
demandas do momento.
Educação Infantil recebeu
atenção especial no retorno às aulas presenciais
Na Educação Infantil, a volta
presencial dos estudantes em outubro teve um cronograma específico. As atividades
designadas para as crianças contaram com as aulas da professora titular e
também com as disciplinas especializadas como Educação Física, Educação Musical
e Língua Inglesa, de forma que fosse possível a dinâmica bimodal de aulas.
Para essas turmas, é especial a
preocupação com o engajamento de alunos e com o desenvolvimento de atividades
específicas para a potencialização de suas habilidades individuais desde cedo.
Dessa forma, visando manter atividades de socialização similares às que
crianças da Educação Infantil teriam no ambiente presencial, a coordenadora
pedagógica Glauce Bencke afirma que plataformas online, neste caso o Microsoft
Teams, foram ferramentas essenciais na continuidade ao desenvolvimento dos
objetivos de aprendizagem.
–
O projeto “Amigo estou aqui”, com crianças de 5 anos, possibilitou o
resgate do vínculo construído nos primeiros dias de aula, manifestações das
emoções e sentimentos tão importantes nesse período de isolamento, além de
conhecer características, semelhanças e diferenças entre os envolvidos nesse
processo – destaca Glauce.
Para Rubiane Oliva, professora de
Educação Física da Educação Infantil, o desafio foi garantir que o
desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo e social, fundamentais para a faixa
etária, pudessem ser estendidos ao ambiente remoto de forma satisfatória. Para
isso o projeto "Identidade", idealizado por gestores e educadores da
Rede Marista, propôs que as crianças buscassem conhecer seu corpo, se
movimentando de múltiplas formas, construindo seu esquema corporal e orientação
espacial.
— Como professora de Educação
Física, os cômodos se tornaram espaços para atividades corporais e brincadeiras
mediadas através de um canal de comunicação, a internet. A partir disso, uma
nova configuração se tornou realidade e junto à oportunidade de ousar,
arregaçar as mangas, repensar as práticas e reinventar atuações — aponta
Rubiane.
Para a professora, o
desenvolvimento motor nessa faixa etária é imprescindível:
— Estamos falando de uma infância
potente, que precisa expressar o que sente, se interessa, pergunta, tem muitos
desejos, brinca: é uma infância plural e diversa.
Apesar das restrições do momento,
os educadores viram a possibilidade de ampliação do repertório motor, autonomia
e de proporcionar a exploração de experiências positivas que possibilitem a
aprendizagem dos estudantes, acolhendo e mantendo uma escuta ativa de seus universos
particulares.
— Sem dúvida reaprendemos a
flexibilizar e a praticar a sensibilidade, pois são muitos os desejos
compartilhados por meio dos encontros virtuais. Mesmo a distância, aprendemos
como acompanhar, escutar, dar suporte e encorajar a participação do estudante
e, ao mesmo tempo, fomentar a importância do apoio solidário das famílias —
conclui a educadora.