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Compostagem: uma solução simples e eficiente para o descarte de resíduos

25/02/2022
SUSTENTABILIDADE
Projeto desenvolvido com o 3º ano EF apresenta alternativa para minimizar impactos sociais e ambientais

​O aumento exponencial da população e o decorrente crescimento urbano trazem diversas consequências para o planeta, muitas delas com impactos negativos para a sociedade e, sobretudo, para o meio ambiente. O crescente volume de resíduos domiciliares descartados incorretamente é um deles. 

Em um mundo ideal, esses resíduos deveriam ser separados em, pelo menos, três tipos diferentes, cada um com um destino específico, facilitando seu reaproveitamento ou tratamento adequado. Na prática, contudo, o que se vê é o descarte irrestrito dos mais diferentes tipos de resíduos, todos com o mesmo destino: os famosos “lixões”.

Foi pensando nisso que surgiu o Projeto Raiz, que será trabalhado com o 3º ano do Ensino Fundamental, com o objetivo de ensinar aos estudantes uma alternativa simples e com resultados importantes na redução da geração de resíduos orgânicos, que correspondem a mais de 45% do lixo descartado anualmente no Brasil. 

A ideia surgiu a partir da inquietação do engenheiro ambiental e ex-aluno rosariense, Leonardo Quintela, em relação à maneira que a nossa sociedade está lidando com os resíduos atualmente, especialmente os orgânicos. “No início da minha atuação profissional como engenheiro, ao trabalhar na elaboração do Plano Estadual de Resíduos do Rio Grande do Sul, percebi que estamos enviando nossos resíduos para aterros sanitários, gerando impactos ambientais e econômicos negativos”, relata. Seus estudos e experiência permitiram que percebesse a possibilidade de viabilizar a instalação de sistemas de compostagem em qualquer lugar em que sejam gerados resíduos orgânicos, como o Colégio e as casas de todos os estudantes.


O Projeto Raiz

Conforme explica a educadora Letícia de Freitas, uma das responsáveis pelo projeto, a proposta vai ao encontro de um olhar atento dos estudantes sobre as questões ambientais que envolvem o descarte de resíduos orgânicos. Segundo ela, “as composteiras cumprem muito bem seu papel como uma via sustentável para a transformação desses resíduos, uma vez que diminuem a quantidade de matéria orgânica que teria como destino os lixões e aterros sanitários e, por consequência disso, causariam problemas como a proliferação de animais que podem ser vetores de doenças e a contaminação do solo". ​

A implantação do sistema de compostagem no Colégio está associada à realização de seis oficinas a serem realizadas ao longo do ano letivo, que devem ocorrer em intervalos de aproximadamente 45 dias, período necessário para que as minhocas transformem a matéria orgânica em adubo sólido e biofertilizante líquido. Neste intervalo serão abordados diversos temas, iniciando desde a alimentação e a geração dos resíduos, o papel das minhocas na decomposição da matéria orgânica, até a utilização do adubo para nutrir plantas e, finalmente, o momento em que os estudantes poderão colher e consumir o alimento que plantaram. 

Dessa forma, além dos objetivos relacionados à gestão sustentável dos resíduos orgânicos, o projeto busca, também, reaproximar as crianças de diversas experiências que estão se perdendo com o passar dos anos nos centros urbanos - o contato com a terra e os animais que nela existem, como as minhocas, os conhecimentos sobre as plantas e a origem dos alimentos são exemplos de práticas que são abordadas nas oficinas. Assim, a ligação entre os temas compostagem e alimentação permite que os estudantes conheçam mais a respeito dos alimentos que consomem e sua origem, instigando, também, a promoção de sua autonomia com relação à própria alimentação e incentivando o consumo de alimentos mais naturais e saudáveis.


Escola como ambiente de conscientização

No Marista Rosário, o ensino vai muito além da alfabetização e da preparação para o mercado de trabalho.  A proposta da escola é formar cidadãos críticos e agentes atuantes na formação de uma sociedade mais sustentável, por isso a importância de desenvolver projetos como este. Além disso, quanto mais cedo os estudantes forem apresentados a este tipo de compreensão, melhores tendem a ser sua assimilação e os resultados.

Por isso, implantar o sistema de compostagem no Colégio, promovendo a reciclagem de resíduos orgânicos pelos próprios estudantes, possibilita que, ao crescerem familiarizadas com este processo, essas crianças se tornem adultos habituados a descartarem corretamente seus resíduos, contribuindo para a minimização de um problema que vem se intensificando ao longo dos anos. 

Segundo Leonardo, “o trabalho com as crianças surgiu naturalmente, como uma forma de passar essa informação para os menores e tentar mudar esse cenário no futuro”, conta. “As crianças adoram a composteira e as minhocas. É uma experiência muito marcante para elas, que perderam o contato com a terra e outros aspectos naturais nas gerações mais recentes”, afirma. Ainda, para ele “essa sinergia faz com que não esqueçam mais a experiência e propaguem essa ideia para adultos e carreguem esse conceito ao longo da vida”, completa.

É isso que também acredita Letícia. “Entendemos que o cuidado dos estudantes acerca das relações entre o ser humano e o meio ambiente, juntamente com o projeto, ajudará na formação de sujeitos ativos, proporcionando autonomia e o exercício de cidadania para perceber e poder compartilhar melhores formas de manter o equilíbrio do ecossistema”, afirma. ​

Dessa forma, incentivar a compostagem doméstica contribui de forma significativa para minimizar os impactos negativos da geração de resíduos e, ao tornar essa experiência marcante para a criança, ela se torna um agente transformador das pessoas do seu convívio e, a longo prazo, da sociedade, além de proporcionar uma nova relação com os alimentos, incentivando o consumo de frutas e legumes, seja para contribuir com a operação da composteira, ou despertando o interesse em comer o alimento cultivado com a ajuda do adubo produzido pelo processo.

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