Ter estudantes envolvidos no processo de construção do conhecimento é fundamental para que a aprendizagem ocorra de maneira efetiva. A distância imposta pela pandemia do Coronavírus, modificou o formato das aulas e a metodologia de ensino, abrindo espaço para novas formas de compartilhar conteúdos.
Este novo formato de interação, em que os professores entram nos lares dos alunos por meio da tecnologia, permitiu que Rodrigo Cubal, do 8º ano do Ensino Fundamental, mostrasse aos seus colegas o laboratório que possui em casa.
Micro retífica, parafusadeira, multímetro e ferro de solda estão entre os materiais que o jovem utiliza para fazer experiências. O interesse pela eletrônica teve início com nove anos de idade, quando Rodrigo criou, com o auxílio do pai, um mixer para misturar bebidas. A partir daí, o interesse por consertos, montagem de circuitos, motores, caixas de som só aumentou, e a quantidade de ferramentas também. “Antes da pandemia eu nunca tinha mostrado isso aos meus colegas, justamente porque eu não ficava muito em casa”, afirma.
Laboratório de Ciências em casa
Assim como os estudantes, os educadores também passaram a ressignificar suas práticas em meio ao período de distanciamento. Foi pensando em maneiras de despertar o interesse dos alunos para o conteúdo de eletrostática e eletricidade, que a professora do Laboratório de Ciências, Valéria Ferreira, convidou Rodrigo para participar das aulas sobre o assunto.
“Com as aulas online, buscamos incentivar o protagonismo, fazer com que o jovem possa criar algo em casa, já que não estamos no laboratório do Colégio. A parceria com o Rodrigo vem neste sentido e também para valorizar o seu conhecimento”, explica Valéria.
Juntos, professora e estudante estão criando roteiros e gravando vídeos com explicações de conteúdos como condutividade elétrica que serão disponibilizados às turmas a partir de agosto no Marista Virtual 3.0. “Eu gostei de compartilhar porque eu sei que com exemplo, vendo ou fazendo, tu acaba aprendendo muito mais do que só olhando ou ouvindo”, avalia o estudante.
Além da parceria com estudantes, a equipe do Laboratório de Ciências aposta em relacionar os saberes, mostrando a aplicação dos conteúdos no cotidiano deles. Para ministrar o conteúdo de transformações de energia, por exemplo, Valéria gravou vídeos mostrando como os eletrodomésticos transforam energia química em térmica, energia elétrica em luminosa, energia elétrica em cinética.
Metodologias ativas
Desenvolver atividades em sala de aula, seja online ou presenciais, com metodologias ativas é uma das maneiras de integrar o estudante ao processo de ensino-aprendizagem, ele é o centro do processo pedagógico.
A coordenadora pedagógica dos Anos Finais, Vivian Monteiro, explica que, nesse formato, o aluno se envolve de forma ativa e atuante na sua jornada educativa, sendo protagonista de suas aprendizagens. O professor assume o papel de orientador e mediador da discussão sobre a solução de problemas expostos, conduzindo o educando para encontrar o melhor resultado.
“Buscamos também, incentivar que o estudante que aprenda de maneira autônoma e participativa, a partir de problemas e situações reais”, ressalta. Os benefícios de utilizar as metodologias ativas na sala de aula são inúmeras, o principal é a transformação na forma de conceber o aprendizado, ao proporcionar que o educando pense de maneira diferente, participando ativamente e sendo responsável pela sua construção de conhecimento.