Por Leia Almeida, vice-diretora educacional do Colégio Marista Rosário
O ano de 2022 inicia com a expectativa de lidarmos com as lições aprendidas nesses dois últimos anos, marcados pela emergência de uma agenda mundial que impactou a vida de todos. O contexto pandêmico reforçou o quanto podemos compartilhar as aprendizagens utilizando as ferramentas e recursos tecnológicos, aproveitando a circulação do conhecimento pelo mundo.
Tivemos a oportunidade de participar de debates, palestras de especialistas e entusiastas da arte, da literatura e da tão necessária pesquisa, disseminada pelo ambiente virtual, que nos conectou em um único universo. Isso fez com que pudéssemos pensar em outras tantas possibilidades de aprender com a diversidade e a multiculturalidade, rompendo preconceitos e ressignificando escolhas pedagógicas, especialmente no que diz respeito ao currículo.
Segue sendo um desafio lidarmos localmente quando o assunto é global. Talvez por isso, algumas lições da pandemia dizem respeito ao senso de reciprocidade com o outro, com as demandas mundiais. De que forma tratamos das informações que circulam o globo? Sinais de possibilidades são a criação de alternativas que olhem para o local e o global, ressignificando as práticas cotidianas como possibilidades de evolução das aprendizagens desse tempo. E, nessa projeção, olhar para o mundo em desenvolvimento é oportunizar à comunidade educativa experiências internacionais.
É comum pensar em núcleo de internacionalização dentro das universidades. Exemplos exitosos não faltam. Muitas experiências na esfera da mobilidade e no intercâmbio de estudantes e docentes, bem como programas de cooperação entre instituições de ensino, são amplificados no ensino superior. Contudo, cada vez mais nos deparamos com o interesse dos estudantes da educação básica em participar do debate alargado que integre cultura, saberes sobre os assuntos que contornam o local e o global numa civilização que se permita ao diálogo, a solidariedade e a colaboração. Esse movimento representa nuances muito positivas para a escola.
Pensar na internacionalização como oferta de práticas bilíngues é reduzir o potencial de ambos. Qualquer uma dessas pautas, desde que ensejam na diversificação de aprendizagens para lidar com tantos desafios e atravessamentos da cultura, ampliando canais de trocas, é uma das oportunidades desse tempo que urge pelo diálogo e pela colaboração, na busca por uma cultura de paz.
É tempo propício para se pensar na colaboração entre práticas diversificadas que repercutem em um modo de ver, compreender e estar no mundo. Por meio de núcleos, clubes, ofertas de atividades complementares, carga horária estendida vamos, enquanto escola, possibilitando a ampliação de repertórios que estão disponíveis na cultura de um povo que habita o mundo. Afinal de contas, todos estamos globalizados e precisamos aprender a viver e evoluir com isso.