O processo de alfabetização e letramento é um marco na trajetória escolar de nossos estudantes. Para os pais, representa expectativa. Para as crianças, significa novas descobertas. Para os educadores, contempla novas perspectivas de aprendizagens.
Nos Marista Rosário, o processo de alfabetização e letramento é desenvolvido por meio de abordagens lúdicas e de elementos do cotidiano. Integrante do projeto estratégico de alfabetização da Rede Marista e coordenadora pedagógica dos Anos Iniciais, Luiza Becker Emmel ressalta que a metodologia prevê a inserção e valorização de brincadeiras, jogos, tecnologias digitais e diversos gêneros literários. “Por já estarem inseridas nesse mundo, a aprendizagem das crianças acontece de forma natural e espontânea. Tudo é pensado de uma forma lúdica e com intencionalidade", afirma.
Por meio dessas situações brincantes, que contribuem para o desenvolvimento do raciocínio, os estudantes comparam sons, divertem-se com rimas e aproximam-se do sistema alfabético de uma maneira prazerosa. “Em um primeiro momento, o uso do caderno não se faz necessário, porque as vivências são com o corpo, com música, com outras ferramentas que permeiam o processo de alfabetização. Agora, no mês de abril, que eles começam com o registro mais sistematizado no caderno", explica Luiza.
Durante o processo de alfabetização e letramento, as crianças elaboram suas hipóteses de escrita a partir das propostas que são realizadas em sala de aula. Por isso, buscamos elementos dos contextos social e cultural vivenciados pelos estudantes, para que a aprendizagem seja significativa e leve em conta a singularidade de cada um.
A supervisora pedagógica dos Colégios da Rede Marista, Bibiana de Oliveira João de Deus, cita a exploração de palavras estáveis, como o próprio nome do estudante. Esse exemplo auxilia na descoberta e construção do uso das letras na composição de cada nome e na associação e percepção das regularidades existentes na escrita. “A partir disso, as crianças vão se sentindo mais seguras para tentar escrever o nome dos colegas, dos familiares, da professora, ou seja, palavras que são significativas e carregam uma história afetiva", comenta.
A função social da linguagem
As formas oral e escrita da linguagem carregam uma importante função social. À medida que a criança vai se apropriando dos códigos da escrita, utilizando as letras, relacionando o som das letras e as hipóteses de como se consolida na escrita (relação entre fonema e grafema), ela vai aos poucos se sentindo pertencente a cultura social, promovendo autoconfiança, alegria, maior autonomia, autoestima e liberdade de expressar o que pensa e deseja comunicar.
A participação da família
O hábito de leitura dos pais ou responsáveis para e com as crianças incentiva e aguça nelas o desejo de compreender e se relacionar com o mundo letrado. “A participação da família é muito importante para que a criança se sinta segura e pertencente a esse processo. É uma fase em que as crianças começam a ter responsabilidades que antes não tinham. Esse apoio é fundamental, porque a criança leva para casa muito daquilo que ela aprende e nos traz de casa aquilo que ela conversa", reflete Luiza.
Os desafios impostos pela pandemia
Há alguns meses, tivemos, em decorrência da pandemia, o desafio de promover o processo de alfabetização remotamente nos nossos Colégios. Mas esse desafio em nenhum momento comprometeu a aprendizagem dos estudantes. “Não perdemos a nossa essência. O que desenvolveríamos presencialmente, conseguimos realizar no remoto. As estratégias foram diferentes, mas as intencionalidades e os conteúdos foram os mesmos", relembra Luiza. A educadora recorda que o período sem aulas presenciais impôs a necessidade de readequação de alguns processos, como a divisão das turmas em grupos menores, para qualificar o atendimento aos estudantes.
Por fim, o uso de máscara, por parte dos educadores, no retorno às atividades presenciais, não representou um dificultador no processo de alfabetização e letramento. “Usamos outros recursos, como a consciência fonológica, uso de rimas, aliterações, em que não necessariamente eles precisam enxergar a nossa boca. Além do uso de vídeos e áudios para auxiliar no desenvolvimento da consciência fonêmica", conclui Luiza.