Pelo Ir. Onorino Moresco, diretor do Colégio Marista Rosário .png)
Estamos vivendo o Tempo de Quaresma. Esse tempo conduz à preparação para a Semana Santa e a Páscoa. Nesta segunda semana da Quaresma, as leituras mostram como Deus possibilita processos de conversão da vida, que acontecem na planície. Antes Deus nos leva ao monte “Tabor" para dizer como será nossa vida transformada, transfigurada, e isso acontece para todos os seres humanos.
Desde a origem da vida, Deus nos ama, nos cuida e nos transforma. A tentação nossa é de duvidar daquilo que Deus nos dá de graça: o amor, o cuidado e a transformação. No entanto, nos deixa a liberdade de aceitar e de se comprometer. O amor de Deus nos faz felizes de verdade. Só experimentando é que receberemos o amor mais genuíno.
Deus coloca muitas pessoas, profetas, pais, mães, familiares e educadores para nos orientar. Nós queremos fazer do nosso jeito, e muitas vezes descuidos e frustrações acontecem. Por vezes, nos falta sensibilidade para entender. Nos sentimos onipotentes. Mas quando perdas nos batem à porta, repensamos nosso processo de vida.
Deus não nos obriga, mas constantemente nos chama. Muitas vezes fugimos e escolhemos fazer nossos bezerros de ouro ou de barro, que verdadeiramente não transformam. Li e ouvi, de um estudioso interdisciplinar, uma figura de linguagem, que para entendermos o amor de nosso Deus, perceberemos na hora de nossa morte que Ele nos fará uma pergunta básica, pois sabemos que nos apresentaremos diante do Senhor da vida.
Assim, no momento que estamos passando desta vida humana para a outra, iniciamos um processo no qual vamos conhecendo e nos confrontando com os acertos e erros terrenos, na relação consigo, com os seres humanos, com a natureza e com o próprio Deus. Portanto, com consciência total, seja qual tem sido o nosso modo de viver como humanos, conheceremos o bem e o mal. Nesse momento, Ele ainda nos perguntará: “Você quer vir comigo?"
A própria psicologia diz que se nós nos acostumamos a dizer não durante a vida, dificilmente mudamos, mas não é impossível, penso eu. E aí fazemos nossa escolha com total liberdade. Precisamos esperar esse tempo?
Enquanto isso, Deus, nos evangelhos e na vida aqui neste espaço, vai nos revelando o que é a ressurreição. Quem tem ouvidos, ouça! Na ascensão ao céu, Jesus disse aos apóstolos que ele iria junto do Pai preparar um lugar para cada um de nós humanos. Novamente Ele nos deixa a liberdade de aceitação desse chamado de um Deus que tanto nos ama.
Portanto, Semana Santa e Páscoa não são feriados e nem festas comerciais, mas um tempo em que vamos aprendendo a dizer sim à felicidade que Deus nos oferece.
Como no monte Tabor, Jesus, depois da transfiguração, nos chama a descer a montanha e chegar na planície para que possamos transformar as nossas relações de morte para relações de vida. Não precisamos esperar um vírus ou algo semelhante. A oração nos possibilita ter coragem de começar a transformação da vida e da sociedade. Parecerá, sempre, um intenso labor, no entanto, Deus nos ama, nos cuida e nos transforma. Confiemos!