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Pequenos Escritores: uma maneira coletiva de fazer poesia

04/01/2021
Nosso jeito de educar
Estudantes do 2º ano EF desenvolvem suas próprias obras literárias em uma narrativa poética

​​As narrativas lúdicas despertam a curiosidade, o gosto pela leitura e proporcionam muitos outros aprendizados. Já imaginou poder construir este conhecimento junto com os colegas e amigos escrevendo uma poesia de forma colaborativa? 

No decorrer do projeto Pequenos Escritores, os estudantes do 2º ano do Ensino Fundamental desenvolvem suas próprias obras literárias em uma narrativa poética. A atividade é realizada há duas décadas com a proposta de que cada turma experencie a produção de um livro, com textos e ilustrações autorais, com direito a lançamento e sessão de autógrafos. 

Esse ano, com o distanciamento social imposto pela pandemia, o projeto ganhou um novo capítulo: os encontros com os autores e ilustradores foram virtuais e o livro virou um e-book, com lançamento da obra impressa previsto para 2021. 

O autor convidado para o bate-papo foi Alexandre Brito, escritor da obra Museu desmiolado, que conversou com os pequenos escritores para contar de onde partem as inspirações e como é o processo de criação de um livro. Já a professora de Arte, Carolina Magni, realizou uma oficina de ilustração, que contribuiu com ideias e sugestões de técnicas e materiais. 

Construção coletiva

A professora Michele Sena explica que é por meio da pesquisa do gênero textual que as crianças são estimuladas a analisarem a escrita de maneira linguística, brincando com rimas, versos e estrofes. Diversos contos também enriquecem o repertório, dando asas para a imaginação.

Com todo esse repertório, a próxima etapa é a criação de um roteiro, momento coletivo de chuva de ideias, em que os estudantes definem o tema, as personagens, o local, o tempo em que a narrativa acontece, o clímax e o desfecho.

Em seguida, chega a hora de colocar a mão na massa: a escrita inicia. Em grupos, cada estudante cria a sua estrofe, dando sequência a narrativa poética. Assim que o texto é construído, também é validado pelo grupo, avançando para a etapa de ilustração. 


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Aprendizagem na prática

Mãe da estudante Betina, Ionara P. conta que a filha aprendeu a desenvolver textos, concatenar ideias e pontuar suas frases, além de aprimorar seu vocabulário e desenvolver o gosto pela leitura. “Descobriu que não só era capaz de ler histórias, como de criar as suas próprias e, finalmente, de as ilustrar. Surgiu um mundo novo com o qual agora ela se depara, lindo e lúdico, apesar de estar em casa", completa. 

A criação de um texto de forma coletiva foi novo desafio. Durante as aulas que envolviam o projeto, Ionara conta que Betina ouvia os raciocínios criativos dos colegas e tentava aderir às proposições dos amigos, acolhendo sugestões diversas para a história que ela, originalmente, talvez abordasse de uma forma diversa. “Esse exercício lógico se revela um trabalho de resiliência. O distanciamento fez com que cada uma das crianças levantasse sua mãozinha virtual e aguardasse, pacientemente (ou não), sua vez de falar, sempre sob a batuta de uma experiente professora – o que certamente contribuiu para o sucesso completo dessa aventura", completa.