O Dia Mundial da Alfabetização, 8/9, originou-se em 1967, com a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), com o intuito de debater a alfabetização e as questões relacionadas ao assunto no mundo inteiro. Assim, em celebração à data, relembramos o processo de letramento das crianças.
De acordo com a supervisora pedagógica dos Colégios da Rede Marista, Bibiana de Oliveira João de Deus, durante o processo de alfabetização e letramento nos Colégios são utilizados elementos lúdicos e do cotidiano para estruturar a construção do conhecimento. “Valorizamos as brincadeiras, os jogos, a exploração dos diversos gêneros literários e as tecnologias digitais, visando contribuir no desenvolvimento do estudante. Também buscamos elementos do contexto social e cultural vivenciado pelas crianças, para que a aprendizagem seja significativa e respeite a singularidade de cada estudante.", comenta.
As palavras estáticas, como o próprio nome, são utilizadas para as descobertas e construções das letras e suas associações. Dessa forma, as crianças se sentem mais seguras para tentar escrever, por exemplo, o nome das pessoas próximas, uma vez que essas são palavras significativas e carregam história afetiva. Além disso, o processo da alfabetização valoriza meios de comunicação, como revistas, jornais, gibis, anúncios.
A função social da linguagem
Bibiana explica que a proximidade com a escrita contribui para o sentimento de pertencimento social. “À medida que a criança vai se apropriando dos códigos da escrita, utilizando as letras e relacionando o som delas e as hipóteses de como se consolida na escrita (relação entre fonema e grafema), vai sentindo-se pertencente à cultura social, promovendo autoconfiança, alegria, autonomia, autoestima e liberdade de expressar o que pensa e deseja comunicar. Dessa forma, a escrita ocupa uma função social importante de comunicação", aborda.
Cultura escrita e a participação familiar
Antes mesmo de as crianças dominarem a leitura escrita, elas já costumam estar inseridas nesse universo. “É muito comum as famílias já comprarem livros, apesar de seus filhos ainda não lerem. Esse gesto simboliza o afeto, a ampliação do repertório simbólico das crianças, a qualificação do vocabulário e a estimulação da leitura das narrativas visuais, além de promover momentos de apreciação e gosto pela leitura", discorre a especialista.
A leitura dos pais para as crianças gera uma atmosfera positiva para a aprendizagem, pois incentiva e desperta o interesse na compreensão das letras. “As constantes leituras dentro dos contextos familiares contribuem para que as crianças desenvolvam o gosto e são boas oportunidades de aproximação e do vínculo familiar", finaliza Bibiana.
No Colégio Marista Medianeira, o processo de alfabetização e letramento é considerado desde a Educação Infantil em que, de forma lúdica, atividades de reflexão da linguagem e o contato diário com diferentes gêneros textuais, através de leituras realizadas pelos educadores e a leitura de mundo, bem como escritas espontâneas de situações do cotidiano ou em projetos de pesquisa, oportunizam às crianças o desenvolvimento de estratégias cognitivas e linguísticas importantes na progressiva evolução do conceito da escrita, que se consolida no Ensino Fundamental.
De acordo com a Coordenadora Pedagógica da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Marista Medianeira, Rosani Demarco “a ação didática dos educadores está ancorada no conhecimento de como a criança aprende a ler e escrever, para então, definir como ensiná-la a ler e escrever, considerando que a aprendizagem sempre é um processo de protagonismo compartilhado entre educadores e crianças".