Saber sobre a nossa história, sobre as nossas origens e sobre o nosso passado, faz com que possamos compreender melhor nosso percurso de vida, de nossos familiares e, até mesmo, do lugar de onde viemos e onde vivemos. Faz com que nos sintamos pertencentes a um espaço, a uma cultura, a uma sociedade e a um grupo. Quando sabemos da nossa história, nos vemos como cidadãos, atuantes e presentes na construção e na participação de momentos significativos da trajetória humana.
A professora de História dos Anos Finais do Colégio Marista Medianeira, Natália Vanelli, conta que, é a partir do 6º ano que os estudantes iniciam sua jornada no universo da História, partindo do estudo da Historiografia – o que é história; a importância de estudar história; quem é e qual é o trabalho do historiador; o que são fontes históricas; patrimônio histórico; entre outras definições. “Para o estudante, pensar nesse momento inicial da história parece ser algo muito distante, quando na verdade estamos rodeados de processos e fontes históricas que nós mesmos ajudamos a construir. Nossa vida é repleta de "passados", de relatos, de registros, e cada um de nós é um sujeito histórico, construtor desse passado. A estátua trazida de lembrança de uma viagem que fizemos, é uma fonte histórica. As fotografias da nossa família são fontes históricas."
Diante desse estudo inicial e com o objetivo de fazer com que os estudantes percebessem que são agentes ativos da história e que ela não está presente somente no passado distante, foi proposta uma atividade para as turmas de 6º ano do Ensino Fundamental, a partir do estudo da definição e da importância das fontes históricas e de sua classificação (fontes materiais escritas, materiais não-escritas e fontes imateriais). Os estudantes tiveram a tarefa de encontrar, dentro de suas casas, duas fontes históricas. Após, mostraram aos colegas e à professora, durante a aula online, o que haviam descoberto, reconhecendo-se assim, como participantes do processo de construção histórica. Como fonte imaterial, alguns estudantes trouxeram a oralidade dos pais e dos avós, que relataram momentos importantes e significativos de suas histórias de vida. Como fontes materiais não-escritas, surgiram estátuas, xícaras, máquina de escrever e fotografias; e como fontes materiais escritas, os estudantes trouxeram certidões de nascimento, cartas, livros, discos de vinil, entre outros objetos.
Em sua pesquisa, o estudante Gustavo Pedersen compreendeu que fontes históricas não precisam ser apenas documentos, como também, algo que represente a cultura de um povo e que tenha importância para alguém. “Minhas fontes históricas escolhidas foram a minha Certidão de Nascimento, que é o documento que registra o início da minha história; e a imagem de uma baiana que minha mãe ganhou de lembrança da minha bisavó, quando ela viajou para Salvador/ BA, a qual é um símbolo da cultura daquele povo. Para mim, essa atividade foi muito legal, pois ampliou muito meus conhecimentos e me fez entender que as fontes históricas são fundamentais para que o historiador possa realizar um trabalho de investigação."
Para a estudante Isabella Walter, a atividade trouxe novos conhecimentos e alegria. “Fiquei muito feliz em poder conhecer um pouco mais sobre a história dos meus colegas e entender melhor o conteúdo. As fontes históricas que eu trouxe para a aula foram uma foto minha de quando eu era bebê, que é uma fonte material não escrita; um chaveiro que minha mãe trouxe para mim de uma viagem a Itália, que também é uma fonte material não-escrita; e uma revista que eu ganhei quando era menor e que ainda amo ler, sendo uma fonte material escrita.
A estudante Ohara Dalla Costa aprendeu a categorizar as fontes históricas, compreendeu as características de cada uma e considerou muito legal compartilhar suas fontes com os colegas. “As fontes históricas que eu escolhi foram uma máquina de escrever e um conjunto de xícaras de chá, pois são fontes muito antigas da minha família, que a minha tia-avó deu para a minha mãe. Para mim, foi muito importante saber que as memórias constroem a nossa própria história."
Segundo a professora Natália, a atividade proporcionou que os estudantes aliassem a prática ao estudo teórico, além de se perceberem como sujeitos históricos atuantes e construtores da grande história. “Empolgados, eles abriam as câmeras e levantavam as mãos pedindo espaço de fala, atuando como protagonistas da atividade desde a pesquisa a sua apresentação. A pesquisa foi muito significativa, pois também contou com o apoio e participação das famílias", finalizou a professora.