Hoje, celebramos o Dia dos Pais.
Celebrar este dia, é também uma oportunidade de prestar uma homenagem a todos aqueles que, à sua maneira, são testemunho e inspiração para seus filhos. É assim que Irmão Lourenço (Jean-Claude Audras) descreve no fragmento abaixo, Marcelino Champagnat, uma figura paterna. Que os ensinamentos deixados por São Marcelino possam continuar se disseminando cada vez mais, atingindo a todos que têm o privilégio de participar do universo Marista. Que Deus abençoe a todos os pais, avós e educadores, que a exemplo de São Marcelino Champagnat são faróis de luz e esperança na vida de seus filhos!
Era para nós como um pai...
(…) Levantava-se de madrugada, nunca perdia tempo e apreciava o trabalho braçal; ele não se poupava e fazia sempre o que havia de mais duro e arriscado, para nos preservar. Foi ele quem tudo fez na reforma da casa de La Valla. Nós ajudávamos, mas como não sabíamos trabalhar direito, quase sempre precisava nos mostrar ou refazer tudo. (…) Não se queixava da nossa falta de jeito. Tínhamos boa vontade, mas éramos muito desajeitados, sobretudo eu.
Às vezes, à noite, estava todo suado, coberto de poeira e com a batina rasgada. Nunca se mostrava tão contente como quando o trabalho e a dedicação tivessem sido intensos. Muitas vezes eu o via trabalhando sob chuva ou sob a neve que caía. Nós deixávamos o trabalho nessas ocasiões, enquanto ele continuava, apesar do rigor do tempo. (…) Nenhuma mãe tem mais ternura por seus filhos do que ele tinha por nós. A comparação não é acertada, porque, muitas vezes, as mães amam seus filhos com amor natural, ao passo que ele nos amava verdadeiramente em Deus. (…) Éramos muito pobres, no começo; o pão era da cor da terra, mas sempre tivemos o suficiente. Champagnat, como o mais terno dos pais, tinha grande solicitude por todos nós.
Sempre lembrarei do carinho que demonstrou por mim quando fiquei doente, em La Valla. Vinha me ver todos os dias e trazia sempre algo de bom, para aliviar o meu sofrimento. Com palavras de consolo, me encorajava a ter paciência e acreditar no amor de Deus. (…) Quando nos falava do amor de Deus, nos transmitia o fogo divino do qual estava repleto. (…) Era de caráter alegre e jovial, mas era firme. Nas conversas, para descontrair, sabia usar expressões engraçadas.
Com os Irmãos estava sempre à vontade. Fazíamos, às vezes, perguntas embaraçosas e sem sentido, mas ele sempre tinha resposta adequada e justa, de modo que contentava a todos. Rezava sempre por todos nós.