Um dos principais desafios da escola é aproximar ainda mais o conteúdo da experiência de vida dos estudantes. Mas como tornar as aulas mais atrativas e práticas sem perder o foco da proposta pedagógica? Em resposta a essa questão, a pesquisa científica tem se revelado uma solução recorrente e eficaz. Isso porque envolve crianças e jovens em um processo de aprendizado multidisciplinar e instigante, que vai muito além da sala de aula.
O prazer da descoberta proporcionado pela construção do conhecimento científico desperta um cidadão questionador capaz de relacionar saberes e redescobrir a aplicação das teorias na realidade cotidiana. Para adquirir essa vivência, o primeiro passo é dar início à pesquisa a partir de uma pergunta sobre algum fato, fenômeno ou teoria pelo qual os estudantes demonstrem interesse. Depois de escolher o tema e a pergunta norteadora, vem a etapa de busca e seleção de informações relacionadas ao problema.
Preenchidas essas lacunas, é possível analisar os dados e compartilhar os resultados alcançados. Além de atuar como mediador desse processo de ensino e aprendizagem, o educador estabelece uma relação de parceria e confiança com o estudante. Juntos, tornam-se aprendizes em busca do saber científico, utilizando diferentes recursos e espaços. Trata-se de uma importante estratégia para o desenvolvimento de habilidades e competências, sobretudo, a capacidade investigativa e analítica.
NOSSAS VIVÊNCIAS DIÁRIAS
Em nosso Colégio, incentivamos essa prática diariamente. A pesquisa científica está presente em todos os níveis de ensino e, a partir dela, as teorias se transformam em experiências que aproximam curiosidades do cotidiano com os conteúdos de diversas áreas do conhecimento. A Mostra Cultural, Científica e Tecnológica, por exemplo, abre espaço para que os estudantes partilhem seus projetos e exercitem a oralidade, bem como outras habilidades. Tudo isso acompanhado de perto pelos professores.
Essa atividade possibilita que os estudantes escolham a temática, área de pesquisa e o professor orientador - responsável por acompanhar e auxiliar no desenvolvimento do projeto de pesquisa. Tendo assim, como objetivos compreender os mecanismos de formulação das hipóteses, identificar as etapas da metodologia científica, organizar, analisar e interpretar os resultados obtidos e reconhecer a importância do trabalho em equipe.
O projeto abrange temas variados, como A biologia molecular e a genética: Futuro da medicina?; A física quântica e o poder da mente; O desenvolvimento do sistema neuromotor na prática de esportes; Transtorno de personalidade Borderline na adolescência; As reações do cérebro diante do medo; A carga tributária no Brasil, entre outros.
As pesquisas de destaque são apresentadas, ainda, na Mostra Marista de Iniciação Científica, realizada na PUCRS, e são publicadas na Revista Mostra Marista de Iniciação Científica – Aprendizagens e experiências, dando aos estudantes a oportunidade de figurar, pela primeira vez, em uma publicação de trabalhos de cunho científico e acadêmico. Desse modo, eles já descobrem os passos de construção de um trabalho de pesquisa antes mesmo de chegarem ao mundo acadêmico.
De acordo com a estudante Maria Eduarda Rodrigues, a pesquisa científica é importante nessa etapa colegial, pois capacita a preparação acadêmica e forma estudantes críticos, capazes de identificar impactos sociais e ter novas perspectivas. “Essa proposta nos dá amplo suporte para futuros trabalhos acadêmicos, como monografias e artigos. Mas além disso, essa experiência abre caminho para que nós estudantes partilhemos troca de saberes e pratiquemos à investigação, à experimentação e autonomia, bem como outras habilidades", aponta.