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A fascinante profissão de professor

15/10/2020
Nosso jeito de educar
Uma homenagem à profissão que, além enriquecer os estudantes com conhecimento, tranforma vidas

Ser professor, além de ser um ofício desempenhado por profissionais qualificados, é uma arte. Mais de metade da minha vida, vinte anos, para ser exato, vivi na condição de estudante. Apesar de também ter vivido a experiência de ser professor e, atualmente, ter o privilégio de trabalhar com professores cotidianamente, é do lugar de estudante que se originam as minhas reflexões no dia de hoje. Essa talvez seja a mais justa perspectiva de consideração do trabalho docente. Quem melhor que o estudante para desvelar o fascínio da docência?

O próprio professor é um estudante por natureza. Quem, genuinamente, intenciona ensinar, precisa estar confortável na condição de aprendiz. É aí que reside o fascínio dessa profissão. Quem deseja ensinar, anseia por aprender, porque o conhecimento é transformador, generoso, solidário, humilde, empático, gera indignação, problematização e incita à ação. 

Compreendo que a jornada da vida é um itinerário de aprendizagem rumo à construção do melhor mundo possível que o esforço coletivo permitir. O professor tem essa dimensão como cotidiano e como horizonte. Dimensão cotidiana, porque a vida acontece agora e a cada aula, cada encontro é uma oportunidade de aprendizagem. Horizonte, pois há muito a ser feito, e a esperança no futuro impulsiona a realidade presente, a torna intensa e repleta de possibilidades. Essa é a atuação docente: reflexiva, filosófica por natureza, visto que (auto)coloca a questão do sentido como pauta cotidiana. Pergunte a si mesmo: por que eu acordo e vou trabalhar todos os dias? É provável que algumas pessoas encontrem dificuldade para responder a essa pergunta. O professor, não. Ele trabalha e está implicado existencialmente na própria ação: evolui e ajuda evoluir, enquanto indivíduo e como coletividade. 

O ofício de professor exige qualificação. Não se trata de uma atuação empírica, voluntarista, mas de uma perspectiva técnica, robusta em seus fundamentos e estratégias e sensível a cada realidade encontrada. Também é arte, uma vez que extrapola a técnica, o conhecimento e o planejamento prévios: a sala de aula é também espaço do inédito, da criação, da inquietação, da problematização da construção, da intuição, da abertura ao não pensado. 

O professor é este profissional artista que me fascina e impulsiona. Obrigado, professores! ​


Renato Capitani,

Coordenador dos Colégios da Rede Marista.