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Lápis e papel: conheça a importância das garatujas na primeira infância

04/06/2021
Educação
Os traços que antecedem os desenhos são essenciais para o desenvolvimento das crianças

​Garatujas compreendem a fase inicial do grafismo das crianças, contribuindo para que elas possam encontrar formas mais próximas de representar a realidade. Esses rabiscos antecedem a fase do desenho figurativo e são também uma das formas das crianças expressarem seus desejos, sentimentos e de entender o mundo ao seu redor. Em nossos Colégios e Unidades Sociais, valorizamos e acompanhamos esses traços que fazem parte do desenvolvimento durante a primeira infância. 

Para a assessora pedagógica dos Colégios da Rede Marista Loide Pereira Trois, o desenho é uma das manifestações da função simbólica da criança. Essa função, que também pode ser chamada de inteligência representativa, é essencial para retratar o interior e se expressar. “A função simbólica é constituída pelo faz de conta (jogo simbólico), linguagem, desenho, imagem mental e imitação. Todas essas manifestações são aquisições fundamentais para a relação com o outro, a comunicação e a participação”, explica. Essas formas de demonstrações são necessárias para a relação com o outro, a​lém disso, de acordo com Loide, as aquisições da primeira infância são fortalecidas pelas interações e vivências das crianças. 

Nos desenhos infantis, ou grafismos, existem características que são instigadas durante a experiência, como noção de espaço e coordenação de gestos, que possibilitam diferentes traços e marcas e intensidade. “Vale destacar também os desafios na estruturação do pensamento como a projeção do mundo observado para o mundo desenhado, a concentração, atenção e composição do desenho”, comenta Loide. 

Explorando potencialidades 

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Exemplo de garatuja feita por estudante.

Sabendo que as representações da função simbólica são a base para as construções futuras das crianças, como escrita, leitura, interpretação e criação, é preciso, portanto, explorar capacidades e potencialidades das crianças, a fim de ampliar seus repertórios. “Existem diversos tipos de desenho:  espontâneo, contemplativo, com referencial, figura humana, com intervenção... Todos eles são importantes nessa fase de apropriação e construção das crianças”, esclarece a especialista. 

O desenho é uma proposta constante em nossos Colégios da Classe Bebê ao Nível 3. Um exemplo disso é quando ocorre o contato inicial da criança com o desenho, pois nesse momento os suportes devem propiciar que todo o corpo desenhe e faça seu registro no papel. “Costumamos utilizar folhas de papel pardo, folhas A3 e quadros em paredes que possibilitem às crianças explorarem o espaço, fortalecendo, assim, os movimentos amplos de seu corpo. Aos poucos vamos intercalando suportes menores que exigem maior controle da coordenação motora, noção espacial e refinamento”, relata Loide. 

O acompanhamento das garatujas é feito de forma individualizada e personalizada por meio da coleta de desenhos de cada criança em determinados períodos do ano. Durante esse processo são inseridos novos desafios e sugestões com uso de diferentes marcadores e objetos. “São propostos desenhos de observação com objetos reais, desenhos de contemplação da natureza, desenhos com pequenas intervenções como cenários, desenho da figura humana”, finaliza. 

Podemos considerar, portanto, os desenhos iniciais das criançacomo garatujas. Nessa fase, há o interesse no efeito na descoberta do efeito que o lápis tem sobre o papel, o predomínio da imaginação e do lúdico. Os grafismos infantis, dessa forma, fazem parte do desenvolvimento motor e sensorial das crianças. Além disso, são as primeiras manifestações do processo de escrita que serão desenvolvidos em sua vida escolar. 

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